Creio que todos acompanham o caso Uniban X Geisy. O que mais me chama a atenção é termos uma prova gravada, divulgada, entrevistada, publicada, nota oficial paga pela Uniban no jornal justificando a expulsão da aluna e no dia seguinte voltando atrás, mas na disso é realmente relevante para mim. Se fosse uma aluna negra, seria racismo tipificado. Mas é uma aluna branca, morena com cabelo pintado de loiro, bem fora do que se espera do racismo tradicional. Mas foi racismo e como tal devia ser tratado. Se fosse um judeu. Se fosse um muçulmano. Se fosse um evangélico. Se fosse qualquer minoria... Seria racismos tipificado. Não se espera a maioria excluindo alguém da maioria e as autoridades muito tímidas evitam apontar o dedo e pedir a prisão do reitor da Uniban, único responsável, pois é o responsável por tudo o que ocorre lá.
Pelo que se sabe a Uniban não possui norma de conduta de vestuário, portanto Geisy não fez nada demais. Nem bonita, nem gostosa, gosta de chamar a atenção. Isso é normal. Me recordo de meus tempos da ECO-UFRJ. O que mais queríamos é que as colegas viessem com saias cada vez mais curtas. Elas gostavam curtiam e vinham.
Nenhum homem criado no Brasil sai gritando "puta" para uma mulher, pior ainda para uma colega de sala ou escola, porque ela se veste de forma ousada. Não há código de vestimenta no Brasil, como há no Irã, nem polícia dos costumes. Não é normal que um cidadão brasileiro e pior ainda, um grupo enorme saia em ataque á sainha de uma mulher por qualquer componente social ou econômico.
Tal intolerância imbecil só pode vir de um ambiente religioso. E como sabemos que a Uniban não é judaica, não é muçulmana e não é de matriz africana, restam católicos e evangélicos, sendo que alguns grupos de ambos os segmentos possuem fortes regras de vestimenta, como possuem judeus e muçulmanos ortodoxos. Mas a regra a para membros do grupo e para locais de culto do grupo e não para a rua ou locais públicos. Todos os agressores deveriam ter sido autuados em flagrante e identificados para se investigar com profundidade a motivação.
A impressão é de que viram "o demônio louro" em suas dependências e foram expulsá-lo.
Pobre da Geisy, mal assessorada que deveria ter prestado queixa e processado a Uniban antes de sua expulsão revertida. E se eu fosse ela, aumentaria o grau do processo, pois ao reverter a expulsão a Uniban assina uma confissão de culpa e violação, após ter gasto seu dinheiro pagando notas em diversos jornais para mostrar sua moral sem educação, seu corpo indecente e não docente, apoiando a reitoria. Aliás, vários professores apoiaram abertamente em entrevistas em rádio, tv e jornais. Há algo de fundamentalmente errado nesta Uniban e já fico imaginando o que se fala em suas aulas de história e política.
A mantenedora da Uniban é a Academia Paulista Anchieta S/C Ltda sobre a qual só surgem índices na web e nenhuma informação do que seja e a quem pertença. Vou procurar com mais calma.
Mas o caso da Geisy e pior ainda da outra estudante que teve seu carro parado atacado, arrancada do carro e espancada barbaramente, para ser morta mesmo, numa greve neste ano na mesma universidades apontam para o que vimos no Holocausto e que as pessoas escrevem livros e livros para tentar explicar.
De um momento para outro, a massa enfurecida ataca barbaramente um desconhecido em seu meio. Mas não houve propaganda contra as duas meninas. Não houve anos de formação de preconceito. E a violência foi igual. Que diferença teve a estudante de educação física espancada no acesso a universidade e um moça judia caçada pelas ruas da Polônia por seus vizinhos? Que diferença teve a Geisy, em relação as alunas judias expulsas das escolas alemãs nos 1930? nO cerna da questão não há diferença e nos mostra que este tipo de atitude onde massas atacam indivíduos e um número maior de pessoas assiste passivamente ou pior, grava para colocar no YouTube e apenas uma ou outra pessoa tem a coragem - e seus nomes não foram apontados para serem elogiados - de salvar as duas meninas agredidas. para as judias a 60 e 70 anos atrás não havia salvação.
E como no nazismo os principais perpretadores, os principais oficiais e comandantes tinham nível intelectual e educacional elevadíssimo e entre estes se encontram os maiores carrascos, tanto dando ordens como executando ordens. O discernimento superior implica numa violência superior, num preconceito superior e numa indiferença superior ao sofrimento de inferiores como "a diaba loura" e a estudante de educação física que precisava ir cuidar da filha doente em casa e quase perdeu a vida física, pois a psicológica foi-se.
Esta Uniban precisa ser investigada até o cerne. Até o centro. Se um reitor em Brasília foi afastado por usar dinheiro este precisa ser demitido pela falta de caráter e da compreensão do que é o ser humano. Lembrem que no caso da aluna barbaramente espancada ele disse na maior cara de pau que só podiam ser pessoas de fora da Uniban que usam os bares no entorno. Ou seja: um cretino completo.
José Roitberg - jornalista
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