quarta-feira, dezembro 2

Grande descoberta de documentos de entrada de nazistas no Brasil

Investigadores alemães tentando encontrar criminosos de guerra nazistas antes que eles morram tiveram sua maior descoberta em anos depois de encontrar arquivos de imigração para o Brasil do final dos anos 1940 e anos 1950.

Kurt Schrimm, o juiz alemão que dirige a caçada aos fugitivos nazistas disse que os documentos identificam várias centenas de alemães que vieram para o Brasil nos 10 anos seguintes ao final da Segunda Guerra mundial. Muitos deles podem estar ligados aos crimes nazistas. O juiz acredita que apenas uma pequena fração ainda esteja viva.

A investigação do grupo de Schrimm já obteve resultados importantes como a descoberta dos arquivos dos julgamentos de prisioneiros de guerra alemães e colaboradores soviéticos de 1945,; um arquivo militar histórico encontrado em Praga com as atividades da SS até 1943 (exatamente a época dos grupos de ação e extermínio); em 1990 o grupo encontrou arquivos italianos sobre atrocidades da SS que haviam desaparecido nos anos 1950.

Os arquivos brasileiros focam nos criminosos nazistas entrando com passaportes provisórios. Eles foram encontrados seguindo-se cartas da época que alertavam as autoridades brasileiras de que nazistas tentavam entrar no país com documentos emitidos pela Cruz Vermelha, e na época nada foi feito para impedir sua entrada, disse o juiz Schrimm.

Entre os vários criminosos nazistas encontrados no Brasil e países vizinhos estavam oficiais nazistas de alto escalão como o arquiteto do Holocausto Adolf Eichman, capturado na Argentina (sem auxílio do governo local), julgado e enforcado em Israel em 1962; Klaus Barbie, extraditado pela Bolívia, morreu na cadeia na frança em 1991; Joseph Mengele, o "doutor morte" de Auschwitz, viveu tranquilo no Brasil até ser encontrado morto em 1979; Cukors, preso no Rio de Janeiro quando era dono de um empresa de passeios turísticos com hidroaviões na Lagoa Rodrigo de Freitas; Paul Stangl que comandou Treblinka (responsável pelo extermino de 900.000 judeus) e depois Sobibor junto com Gustav Franz Wagner, sargento sub-comandante de Sobibor (ambos encontrados no Brasil – Wagner cometeu suicídio em 1980.

Curiosamente Stangl e Wagner estavam abertamente no Brasil, com nomes verdadeiros. Santgl empregado como engenheiro na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo em 1967 (morreu um ano depois na prisão na Alemanha). Demjanjuk que está sendo julgado neste momento, também é um da equipe de Stangl em Treblinka e também trabalhou o resto de sua vida na indústria automobilística nos EUA. Parece que o plano de fuga foi o semelhante.

Segungo o juiz, cerca de 5% dos procurados ainda vive. Toda a liderança e os oficiais superiores estão mortos, mas os oficiais e sargentos mais jovens podem estar vivos. Há 20 investigações em aberto neste momento. Desde sua criação em 1958 o Escritório Central alemão conduziu 7.400 investigações.

O vídeo abaixo está no YouTube e retrata a caçada, prisão e suicídio de Wagner. Em alguns momentos o vídeo parece ser pró nazista mas em outros, não. Bem, julgue vc mesmo. De qualquer forma é uma pesquisa correta e importante neste contexto, com seus autores corretamente identificados como deve ser com qualquer jornalista e documentarista.

Um comentário:

  1. Olá! O vídeo realmente parece ter um pendor pró nazista... Estou trabalhando em um livro ficcional e durante minha pesquisa pela internet, sobre criminosos nazistas que se refugiaram no Brasil, acabei encontrando seu blog! Muito bom teu trabalho. Espero que não se importe que use alguns dados daqui como referência para o livro...

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