No dia 8 de outubro foi inaugurado em Bucareste, capital da Romênia um monumento em homenagem a cerca de 300.000 judeus e ciganos assassinados durante o Holocausto no país. Durante o regime comunista e também durante anos após sua queda, a Romênia negava que o extermínio tivesse ocorrido.
O presidente Traian Basescu disse que a Romênia tem um dever de "reconhecer o genocídio durante a Segunda Guerra Mundial" e honrar as vítimas.
O monumento de mármore e concreto custo mais de 7 milhões de dólares e em parte foi doado por sobreviventes judeus e ciganos. Os nomes de vítimas identificadas foi gravado nas paredes do memorial
Hoje há apenas 6.000 judeus na Romênia. Ainda hoje há grupos que admiram o marechal Ion Antonescu, o administrados pró-nazista do país, responsável pelas mortes. Eles o enxergam como um herói que lutou contra a União Soviética para recuperar territórios romenos.
Várias "Aktions" ações de extermínio, pogroms, feitos na maior parte por soldados e policiais locais com auxílio de tropas alemãs foram muito bem documentados. Em junho de 1941, cerca de 12.000 judeus foram mortos em Iasi, mas 120 pessoas foram espancadas enfiadas em um vagão de carga e mandadas para uma cidade menor. Apenas 24 sobreviveram
Outros judeus romenos foram deportados da Transilvânia por fascistas húngaros para campos de concentração nazistas. Na época a Hungria controlava parte do território.
Mas a Romênia também tem uma história, por parte de sua população de ajudar judeus fugitivos principalmente da Polônia. A rota através da Transilvania Húngara era uma das mais seguras. Aos judeus poloneses, para chegar à relativa segurança na Romênia em, 1942, bastava fugir dos guetos fechados, escapar da população polaca que os caçava e matava, escapar das patrulhas de fascistas húngaros e romenos e encontrar abrigo. Poucas tropas alemãs ficaram estacionadas na Romênia o que facilitava esta rota. Mas muitos foram trucidados por civis e grupos paramilitares ao tentar.
Nas fotos de época temos a retirada de corpos do trem de Iasi; judeus em frente a central de polícia de Iasi sendo obrigados a esfregar a rua para limpar o sangue dos judeus massacrados ali; e oque restou da Sinagoga Espanhola de Bucarest.
Pouca gente percebe, por que praticametne todas as famílias foram exterminados, mas no século 20 ainda era fortíssima a presença sefaradi na Europa Central, Balcãs e Grécia, para onde foram milhares dos judeus expulsos da Espanha no final de século 15, tanto que a comunidade judaica grega, exterminada em grande parte, falava o ladino, dialeto judaico da península ibérica e não o grego.
por José Roitberg - jornalista
fotos AFP
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