quarta-feira, junho 30
Para que serve um bloqueio?
Os bloqueios modernos vem da técnica de "sítio" bem conhecida e antiga na história do humanidade. Vivendo em cidades muradas ou fortificadas, os habitantes eram sitiados por tropas inimigas, podendo ser atacados ou não. As tropas esperavam o desgaste psicológico e físico dos sitiados que deveriam contar com suas reservas de água, alimentos e combustíveis. Quando acabassem a batalha estava perdida. Bem sempre os sítios venceram as defesas. Por vezes o desgaste das tropas sitiantes era maior que a capacidade de suprimento e resistência dos sitiados.
Dentro da história judaica temos vários exemplos de sítio, sendo os mais conhecidos o de Jericó quando o sítio feito por nós venceu e o de Massada quando a resistência feita por nós perdeu. Dentro deste contexto podemos chamar a destruição do Gueto de Varsóvia também como uma forma de sítio: perdemos esta também.
Bloqueios modernos e sanções comerciais são impostos por superpotências por definições políticas e não técnicas. Os resultados podem ser medidos a longo prazo e são muito ruins. Por acaso estariam os regimes da Coréia do Norte e Cuba ainda no poder se não fossem os sítios econômicos? Por acaso os regimes comunistas não sitiados não caíram um após o outro, inclusive o mais fechado de todos cujo sítio era ao contrário, a Albânia?
Os sítios e bloqueios levam países e grupos a se fecharem, a consolidar aliados, a ter estratégias para romper bloqueios, a ter apoio e organização interna e externa, a criar serviços de informações e operações no exterior, criar campanhas de propaganda contra quem os bloqueia, criar o status de vítima permanente de agressão etc.
Colocar um novo país, o Irã sob bloqueio é repetir o que já foi feito de forma fracassada em outros países. O bloqueio impede e livre trânsito de pessoas, inclusive para fiscalizar e dá autoridade para o bloqueado de negar a entrada.
Alguém consegue ver Cuba não tendo se desenvolvido tecnologicamente nas áreas que escolheu se desenvolver devido ao bloqueio? Por acaso Cuba deixou de enviar pilotos e soldados para a Síria na Guerra do Iom Kippur e para a Angola lutar contra o governo colonial português, porque estava sob bloqueio? Havia uma realidade diferente neste caso: enquanto uma superpotência bloqueva, outra sustentava o país, pois os EUA não podiam bloquear nada da União Soviética.
Alguém vê uma Coréia do Norte sem armamento nuclear e um exército poderosíssimo devido ao bloqueio? Lhes faltou aço? Alumínio? Cobre? Petróleo? Plásticos? Insumos para pólvora e explosivos? É claro que não.
Então para que servem em realidade os bloqueios senão para manter ditadores no poder mobilizando suas massas contra um "inimigo imperialista mundial que o sacrifica diariamente" enquanto para o círculo do poder nada falta?
Israel não quer que material que possa ser usado para a fabricação de armas e explosivos entre em Gaza. Então que aumente a divulgação da lista e diga que qualquer um que quiser mandar as coisas da lista para lá pode fazer. Haverá uma inspeção de alfândega como em qualquer lugar do mundo e o que não puder entrar será apreendido e pronto.
Por acaso nosso governo brasileiro durante décadas não instituiu um bloqueio fortíssimo às mercadorias estrangeiras para nós, o povo? Qual foi o resultado prático? Faltavam importados? Contrabando aberto com anúncio em jornal gerando toda uma corrente de ilegalidade e corrupção até o governo perceber que é muito mais simples cobrar impostos de importação do que correr atrás de contrabandistas e corruptos.
José Roitberg - jornalista
terça-feira, junho 29
IRANIANO LIGADO A GRUPO QUE APÓIA TERRORISMO ENTROU ILEGALMENTE NO BRASIL, NA COMITIVA DE AHMADINEJAD
IRANIANO LIGADO A GRUPO QUE APÓIA TERRORISMO ENTROU ILEGALMENTE NO BRASIL, NA COMITIVA DE AHMADINEJAD
Eis outra grande contribuição da política externa brasileira à paz mundial.
No site Diário Tucano:
O deputado Marcelo Itagiba (RJ) questionou o governo federal sobre a entrada ilegal do Lugar-tenente da Guarda Revolucionária iraniana Esmail Ghaani no Brasil. O tucano disse ter provas concretas de que o oficial ingressou irregularmente no país ao lado do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante visita oficial no fim do ano passado. Itagiba afirmou que Ghaani é designado pelas Forças Quds, da elite da guarda dessa república do Oriente Médio, para fazer a triangulação de produtos nocivos e sensíveis com destino ao Irã.
"A entrada desse indivíduo, de forma irregular, incorreta e escondida sob as saias do ditador do Irã é uma afronta ao Brasil e à pacificação que o país prega no mundo. Trata-se de um conluio de pessoas que pregam o terrorismo, o fim da paz mundial e pretendem levar o enriquecimento de urânio para que o Irã tenha bomba nuclear e possa ameaçar o mundo", protestou Itagiba em plenário nesta quarta-feira (23).
Segundo o deputado, as Forças Quds têm como um dos seus objetivos propagar o terrorismo internacional, tendo apoiado diversas vezes ações do grupo terrorista islâmico Hezbollah pelo mundo.
De acordo com Itagiba, o nome de Esmail Ghaani não constava nas relações oficiais da comitiva presidencial. O tucano encaminhou pedido de informação às autoridades competentes e recebeu a confirmação de que o tenente integrou oficialmente a delegação de Ahmadinejad, sem o visto da Embaixada do Brasil ou a autorização do Itamaraty.
"O chefe do terrorismo internacional islâmico compareceu de forma camuflada, escondida. Ele veio debaixo do braço do ditador e adentrou o nosso território para fazer contato com altas autoridades brasileiras", condenou o parlamentar.
Itagiba considerou preocupante as autoridades brasileiras se associarem a islâmicos que querem, em nome de Deus, exportar o terrorismo internacional. Ele quer saber com que autoridades Esmail Ghaani se encontrou, se esteve com integrantes do primeiro escalão brasileiro, se discutiu a exportação e o enriquecimento de urânio e se conversou com a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Ele defendeu ainda uma apuração para responsabilizar aqueles que permitiram a entrada ilegal no Brasil.
segunda-feira, junho 28
Proposta para redes sociais em Cuba e Paquistão
Com a internet o próprio conceito internacional de território faz pouco sentido. A liberdade de expressão de cada país é regulamentada por suas leis e não pelas leis e ideais dos outros, portanto, cada país deve fazer o quer, e impedir acesso ao que definir. Nós, os livres, é que somos fracos imaginando que nossa liberdade irá contaminar a mentalidade retrógrada de outros.
Basta ver a ONU elegendo para o Conselho de Direitos Humanos a Cuba do "paredón", Cuba de onde as pessoas fogem. Cuba onde cidadãos estão na cadeia por crimes de pensamento, Cuba onde há uma economia e uma liberdade para os turistas e outra muito restrita para os cidadãos, Cuba onde mais um democrata irá morrer atrás das grades em greve de fome como inimigo do Estado, Cuba que há anos controla ao acesso à internet em seu território, pois democracia e liberdade são perigos vindos do Inferno.
Recentemente o Paquistão havia bloqueado o acesso ao Facebook. Assim sendo eu proponho os dois logos em anexo para os serviços de redes sociais tão necessários nestes países.
José Roitberg - jornalista
quinta-feira, junho 24
O mito do 'Isso nunca mais'
Ensino do Holocausto não deve se limitar à memória da tragédia; devemos usá-lo para evitar novos genocídios
THE INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE
Hoje, muitos países da Europa e América do Norte exigem que os alunos do segundo grau tenham aulas sobre o Holocausto. Por quê? Por causa da sua importância histórica, é claro. Mas também porque, no nosso mundo cada vez mais diverso e globalizado, os educadores e legisladores entendem que o ensino do Holocausto é um mecanismo vital para os estudantes aprenderem a valorizar a democracia e os direitos humanos, para encorajar esses jovens a rejeitar o racismo e promover a tolerância em suas próprias sociedades.
Essa, com certeza, já era minha ideia em 2005 quando, como secretário-geral das Nações Unidas, recomendei à Assembleia-Geral que aprovasse resolução lembrando o Holocausto. Ela incluía um apelo por "medidas para mobilizar a sociedade civil em busca do ensino e a memória do Holocausto, com o objetivo de prevenir atos futuros de genocídio".
É evidente que o ensino do Holocausto teria esse propósito e esse efeito. Mas é surpreendentemente difícil encontrar programas de ensino em sala de aula que conseguiram, com sucesso, vincular a história do Holocausto à prevenção do conflito étnico e do genocídio do mundo de hoje.
Naturalmente, é sempre difícil comprovar essa prevenção. Mas o mínimo que se pode dizer é que o "Isso nunca mais!", gritado por tantos nos anos posteriores a 1945, vem caindo no vazio com o passar das décadas. O Holocausto continua sendo um caso único na sua combinação de recursos organizacionais e técnicos sofisticados com fins impiedosamente cruéis. Mas casos de genocídio em grande escala, de brutalidades desumanas continuam se multiplicando - do Camboja ao Congo, da Bósnia a Ruanda, do Sri Lanka ao Sudão.
Hoje, poucos países, mesmo aqueles que exigem que seus alunos tenham aulas sobre o Holocausto, dão aos professores os conhecimentos e capacitação necessários para ensinar a tragédia de maneira a permitir que os adolescentes - geralmente representantes de uma ampla variedade de etnias e culturas numa única sala de aula - aprendam a vincular aquele genocídio às tensões que enfrentam nas suas próprias vidas. Com certeza, é necessário um melhor e maior aprendizado dos professores.
Identificação. Mas sabemos qual deve ser o conteúdo desse aprendizado? Se nosso objetivo, ao ensinar alunos sobre o Holocausto cometido por nazistas, é fazer com que eles pensem mais profundamente em responsabilidade cívica, direitos humanos e os perigos do racismo, então precisamos relacionar o Holocausto com outros casos de genocídio e com as tensões e conflitos étnicos no nosso próprio tempo e espaço. Isso permitirá a eles não só aprender o que foi o Holocausto, mas tirar importantes lições dele.
Com certeza chegou o momento de levantar questões mais sérias sobre o ensino "tradicional" da tragédia da 2.ª Guerra e talvez repensar alguns de seus princípios. Será que os programas enfocando a ideologia e o sistema nazista, e particularmente a horrível experiência das suas milhões de vítimas, oferecem uma resposta eficaz, ou profilática, contra os desafios que enfrentamos hoje?
É fácil nos identificarmos com as vítimas. Mas, se quisermos impedir genocídios futuros, não será também importante entender a psicologia dos seus autores e espectadores - compreender o que leva inúmeras pessoas, no geral "normais" e decentes na companhia da sua própria família e amigos, a suprimir sua natural empatia humana com pessoas pertencentes a outros grupos e participar, assistir e testemunhar seu extermínio sistemático? Não devemos nos concentrar mais nos fatores sociais e psicológicos que levaram a esses atos de brutalidade e indiferença, de modo a conhecer os sinais de alerta e procurar observá-los em nós mesmos e nas nossas sociedades? Os atuais programas de ensino fazem o necessário para revelar os perigos inerentes aos preconceitos e estereótipos religiosos e raciais e inocular os estudantes contra eles?
O ensino da história do Holocausto em sala de aula relaciona suficientemente esse fato às causas que dão origem ao racismo e aos conflitos étnicos contemporâneos? E o Holocausto não deve ser estudado em todo o mundo, não só na Europa, na América do Norte e em Israel, juntamente com outros casos trágicos de barbárie humana? Tais questões estarão no centro de uma conferência que vai se realizar este mês no Seminário Global de Salzburgo, na Áustria, sobre o tema "A Prevenção Global do Genocídio: Aprendendo com o Holocausto". Os organizadores esperam que nasça daí um programa anual para professores em todo o mundo.
Certamente não é um problema cuja solução será única e servirá para todos. O ensino da história do Holocausto numa sala de aula na Ucrânia será obviamente diferente do que é dado em Israel. Na verdade, é provável que ele varie amplamente mesmo entre diferentes distritos de uma cidade europeia.
Mas as noções e os exemplos podem ser compartilhados de maneira que todos se beneficiem, e parece apropriado o fato de a Áustria - que forneceu em grande número tanto vítimas quanto perpetradores das atrocidades nazistas - ser a anfitriã de um programa como esse. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
É EX- SECRETÁRIO-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS E PRESIDENTE HONORÁRIO DO CONSELHO CONSULTIVO DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DO GENOCÍDIO E ENSINO DO HOLOCAUSTOhttp://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100621/not_imp569603,0.php
quarta-feira, junho 23
Sharon Causou a Intifada
Eu já estou de saco cheio deste tipo de propaganda partidária que IGNORA o que os próprios palestinos falam sobre o assunto. Havia um vídeo banido da WEB que eu consegui resgatar achando um CD de backup antigo. Era um disco com os principais vídeos palestinos e pró-palestinos do ano 2000. E aí já se vão 10 anos. Percebam o que é isso. Quem está hoje com 23 anos, tinha 13. Quem está com 18 tinha 8! E aí, estes propagandistas profissionais deitam e rolam na falta de conhecimento normal que as pessoas tem. E só se passaram 10 anos. É a fórmula do revisionismo-mentiroso. Inundar a mídia com a mentira que se quer propagar, mesmo sabendo que não é a verdade. As novas gerações são criadas na mentira e em algum ponto, todos já se esqueceram da verdade. Mas temos a internet para tentar trazer as pessoas à razão.
Os vídeos são pré-Memri e pré-Palestinian Media Watch. Mal tínhamos banda larga de 512 kb por aqui no ano 2000, mas um arquivo baixado e gravado fora do HD pode ser uma solução.
O primeiro é pequeno e com legendas em português que aprontei agora mostrando o ministro das comunicações palestino dizendo que a Intifada de Al Aqsa estava planejada quando Arafat foi para Camp David e que não tem nada a ver com Sharon.
O segundo é maior, em inglês com um conteúdo mais contundente e que espero ter tempo para legendar totalmente nos próximos dias, mas é importante que se divulgue em inglês para o mundo. Neste vídeo, deve-se perceber que o incitamento palestino, também pré-Hamas (só venceu as eleições em 2006), pre-Kassans, portanto ainda "pouco" radical não é contra Israel, não é contra o governo de Israel e não é contra os israelenses: é abertamente contra os judeus onde quer que estiverem. Os judeus devem ser mortos, massacrados e mortos novamente. Não há, segundo o discurso aberto nas redes de TV palestinas em Gaza sequer UM JUDEU que queria a paz e com quem se possa ou deva negociar. Assim, este vídeo precisa ser visto principalmente por aqueles judeus, como o Silvio Tendler que imaginam que do outro lado há alguns milhões de pessoas dispostos a recebê-los de braços abertos e não com facões nas mãos. Nenhum dos vídeos é israelense ou judaico. Os vídeos são oficiais palestinos criados pelo governo palestino para divulgação aos palestinos.
José Roitberg - jornalista
segunda-feira, junho 21
Ahmadinejad prefere a indecência, e está certo...
Clérigos criticam Ahmadinejad por abrandar uso de véu
Um líder clerical linha-dura defendeu hoje as ações severas contra mulheres que não usam o véu islâmico de maneira apropriada depois que o presidente Mahmoud Ahmadinejad ter dito que se opõe às restrições. "Ninguém tem o direito de proibir a polícia de agir contra o uso incorreto do hijab (véu islâmico)", disse o aiatolá Ahmad Jannati, em sermão proferido durante as orações semanais em Teerã.
"Embora tenhamos muitos problemas políticos e econômicos, a questão da segurança moral não pode ser esquecida sob o pretexto de que há problemas mais importantes", disse Jannati, que preside o poderoso Conselho de Guardiães, que supervisiona eleições e veta leis.
Pela lei, as mulheres no Irã devem estar cobertas dos pés a cabeça, com os cabelos completamente cobertos pelo véu. A interação social é proibida entre homens e mulheres que não tiverem relações de parentesco.
Ahmadinejad se tornou alvo de companheiros linhas-duras depois de dizer que se opõem às ações sociais de inspeção de comportamento e vestimenta, principalmente femininos.
Em entrevista transmitida pela televisão na semana passada, ele disse ser "fortemente contra tais ações. É impossível que essas ações tenham sucesso."
Comentários publicados na quarta-feira por outro clérigo graduado, Ahmad Khatami (obs: presidente anterior ao Ajad, opositor político), acusam Ahmadinejad de minar os esforços de combate à "corrupção". "O presidente em sua entrevista não valorizou a onda sagrada que defende o uso do véu e a castidade e ele a depreciou", disse Khatami ao jornal moderado Shargh.
O líder da facção clerical do Parlamento, Mohammad Taghi Rahbar, também interpretou os comentários de Ahmadinejad como "luz verde para vestimentas indecentes". "Aqueles que votaram em você são favoráveis ao uso correto do véu. Os ''verdes'', que usam mal o véu, não votaram em você. Então é melhor você considerar que o que agrada a Deus não agrada a uma série de pessoas corruptas", disse Rahbar, segundo o Shargh.
O Movimento Verde, do líder opositor Mir Hossein Mousavi, venceu entre os jovens urbanos iranianos ao prometer mais liberdades sociais na disputada eleição presidencial do ano passado, que reelegeu Ahmadinejad. As informações são da Dow Jones.Muito Quieto... Livro diz que Irã que a bomba
14/06/2010 - 14:29 (atualizada em 14/06/2010 14:46)
Mentor de Ahmadinejad defende produção de "armas especiais"
Em livro de circulação restrita, o aiatolá Mohammad Taqi Mesbah Yazdi diz que o Irã não deve se privar do direito de possuir tais armas, em referência velada a armamentos nucleares
O mentor espiritual linha dura do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fez um raro apelo público pela produção de "armas especiais" que estão atualmente sob monopólio de poucas nações, uma referência velada a armamentos nucleares.
A ag~encia de notícias "Associated Press" (AP) conseguiu nesta segunda-feira (14) uma cópia do livro escrito pelo aiatolá Mohammad Taqi Mesbah Yazdi, no qual escreve que o Irã não deve se privar do direito de produzir tais "armas especiais".
O governo iraniano, bem como a hierarquia clerical, negam sistematicamente que o país está buscando armas nucleares, como várias nações do Ocidente alegam.
O livro de Yazdi foi escrito em 2005 e reimpresso ano passado, mas teria circulação muito limitada entre o alto clero e não seria de conhecimento público.
O HUMANISMO ANTISSEMITA DE JOSÉ SARAMAGO
Pelo Professor Luiz Nazario
Proliferam post-mortem os cadernos especiais rodados a todo vapor sobre o escritor José Saramago – o único português a ganhar um Prêmio Nobel de Literatura. Nas montanhas de elogios erguidas em sua memória, nas cascatas de louvações derramadas sobre seu cadáver, foram dissolvidas as imprecações contra Israel e seu povo pelo inveterado stalinista, cujo comunismo, segundo sua pitoresca expressão, estava gravado em seu DNA – uma atualização do velho discurso da herança do sangue. Examinemos, por exemplo, essa "pérola" da especialista Leyla Perrone-Moisés: "Quando José Saramago chegar ao céu, Deus pai lhe fará cara feia, pois o escritor fartou-se de denegri-lo em seus romances. Mas Deus filho, que era também homem, advogará a seu favor, porque Saramago foi um humanista, quer em suas ideias, quer na prática de algumas das maiores faculdades humanas, a de imaginar e de narrar. [...] Qualquer que seja a posição dos leitores com relação às opiniões políticas do homem Saramago, ninguém pode acusá-lo de ter feito literatura partidária ou militante. O romancista defendeu suas ideias, não com pregação política ou lições de moral, mas por meio da melhor literatura de ficção [...]".
Ninguém poderá dizer se Saramago será recebido no céu por Deus pai ou por Deus filho… Ou se baterá em outra porta, sendo acolhido pelo Diabo em pessoa. Mas dizer que ele não defendeu suas idéias com pregação política é reduzir de maneira pouco rigorosa a atividade do escritor aos seus livros de ficção, ignorando deliberadamente que Saramago não se fartava de pregar suas idéias políticas em artigos, entrevistas, postagens, em frutuosa produção literária de caráter militante e partidário. Saramago pontificava sobre cada acontecimento político, lançando opiniões sempre balizadas pelo seu materialismo dialético. Por exemplo:
15 jan. 2009: "A notícia queima. O mufti da Arábia Saudita, máxima autoridade religiosa do país, acaba de emitir uma fatua que permite (permitir é um eufemismo, a palavra exacta deveria ser impor) o casamento de meninas na idade de 10 anos. O dito mufti (hei-de lembrar-me dele nas minhas orações) explica porquê: porque a decisão é "justa" para as mulheres, ao contrário da fatua anteriormente vigente, que havia fixado em 15 anos a idade mínima para o casamento, o que Abdelaziz Al Sheji (esse é o nome) considerava "injusto". Sobre as razões deste "justo" e deste "injusto", nem uma palavra, não se nos diz sequer se as meninas de 10 anos foram consultadas. É certo que a democracia brilha pela inexistência na Arábia Saudita, mas, num caso de tanto melindre, poderia ter-se aberto uma excepção. Enfim, os pedófilos devem estar contentes: a pederastia é legal na Arábia Saudita. Outras notícias que queimam. No Irão foram lapidados dois homens por adultério, no Paquistão cinco mulheres foram enterradas vivas por quererem casar-se pelo civil com homens da sua escolha… Fico por aqui. Não aguento mais." ("Lapidações e outros horrores"). Aqui, o materialismo dialético de Saramago coincide com o humanismo, na defesa das vítimas da pedofilia islâmica ("pederastia" tem outras conotações) e da sharia. Mas trata-se apenas de coincidência. Quando os fanáticos do Islã se voltavam contra Israel, sua guerra santa era justificada por Saramago. A jihad ganhava sentido contra os judeus, e o ateísmo de Saramago aí se dissolvia. O escritor revestia-se nesses momentos de uma nova pele, paradoxalmente fanática, e sua língua tornava-se ácida e viscosa. Não deixa de ser curioso como membros destacados da comunidade judaica brasileira não se furtaram a engrossar os louvores a Saramago pelas mídias, com exceção das do Vaticano, coerentes com sua tradição reacionária; e pela intelligentzia, cada vez mais antissemita.
Seu editor brasileiro, Luiz Schwartz, só teve palavras doces e carinhosas na crônica de despedida que postou: Saramago era um homem generoso, um pensador brilhante, o padrinho de sua filha, etc. No carinho pelo amigo, sábio, querido Saramago, certamente contava o fato de que "ele era nosso autor mais vendido em literatura estrangeira". Os 24 títulos do escritor lançados pela Companhia das Letras somam, aproximadamente, 1.400.000 exemplares vendidos. Em nenhum outro país, fora a Espanha, onde morava, Saramago vendia tanto quanto no Brasil. Um sintoma inquietante.
O escritor Moacir Scliar, em "depoimento emocionado dado com exclusividade ao Terra" (e a mais uma dúzia de veículos), declarou que "José Saramago [...] era não apenas um grande escritor, não apenas um intelectual militante, como também um ser humano [sic]. De seu trabalho literário dão testemunho o Nobel que recebeu, e que projetou o nosso idioma no mundo, como, sobretudo, a qualidade de sua obra literária. [...] Saramago era também um comunista de carteirinha, uma posição a que chegou em grande parte por ter origem humilde (foi operário) e vivido sob uma das ditaduras mais persistentes da modernidade, o regime salazarista. E, finalmente, era uma grande pessoa, um homem sensível, afetivo.".
Até Marcos Guterman, que em sua visão do antissemismo atual no belo artigo "O velho antissemitismo não cansa de se reinventar" incluíra Saramago, acabou, dez dias depois, com a morte deste, revendo sua opinião em "A morte de um gigante", prevenindo seus leitores contra os detratores de Saramago: "[...] Seu comunismo militante foi usado muitas vezes por seus detratores para desmerecer sua obra, o que é uma injustiça aliás típica de nosso tempo. Saramago era um crítico da ocultação retórica da tirania, quer fosse em Israel ou em Cuba. Mesmo que tenha cometido exageros ou poupado Fidel Castro, Saramago nunca se ausentou, transformando-o num dos raros intelectuais públicos, daqueles sem vínculos senão com sua consciência. Por essa razão, Saramago deve se transformar num clássico, por exprimir como poucos as contradições de seu tempo."
Ficamos aí sabendo que para defender Saramago de seus detratores vale equiparar Israel com Cuba, e que também em Israel vigora uma "tirania". Ainda que Saramago tenha rompido com Fidel Castro depois dos últimos fuzilamentos, em mais uma demonstração de seu humanismo tardio, é curioso como a morte melhora as pessoas. A literatura de um tal humanista nunca me interessou - desde que sua "obra-prima" Memorial do Convento encheu-me de tédio. Adquiri depois num selo por R$ 5,00 um exemplar de O conto da ilha desconhecida autografado por Saramago. O leitor não hesitou em descartar o volume com o carimbo do Prêmio Nobel. Isso diz tudo sobre o valor desse prêmio, sobre o amor de leitor e livreiro a livros autografados e sobre a "permanência" da literatura de Saramago. Creio que também descartei o exemplar. Tenho uma amiga que jogou ao lixo todos os livros de Saramago após ler suas declarações sobre Israel. Neste país, os leitores coerentes devolveram todos os seus Saramagos às livrarias. Recordemos, pois, o que esse gigante humanista dizia de Israel.
3 mai. 2002: no jornal Público Saramago compara o conflito Israel x palestinos com a cena bíblica de David x Golias, trocando as posições: Israel "se tornou num novo Golias"; aquele "lírico David que cantava loas a Betsabé" seria "encarnado agora na figura gargantuesca de um criminoso de guerra chamado Ariel Sharon [...] que lança a 'poética' mensagem de que primeiro é necessário esmagar os palestinianos para depois negociar com o que deles restar". Saramago comparava então Ramallah ao campo de concentração nazista de Auschwitz: "Nós podemos comparar (a situação palestina) com o que aconteceu em Auschwitz." As situações prestam-se mesmo a comparações, já que os palestinos lançam bombas contra Israel; contam com o suporte das brigadas terroristas financiadas pelo Irã, com milhões de militantes espalhados em todo o mundo; dispõem de cobertura favorável às suas ações da parte de toda a mídia árabe e muçulmana e de quase toda a mídia ocidental; são amparados pela ONU com a maior parte da ajuda humanitária arrecada no mundo… Enfim, exatamente como os judeus em Auschwitz.
13 out. 2003: em entrevista a O Globo, Saramago afirmou: "Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós." Aqui, ele confunde deliberadamente, como se fossem as mesmas pessoas ("eles"), os judeus que sofreram o Holocausto, os judeus que descendem daqueles, os israelenses que "oprimem" os palestinos, os judeus e israelenses que lutam contra essa "opressão", os judeus e israelenses que não se envolvem no conflito, em várias gerações de israelenses e de judeus. Ou seja: sua condenação pesa sobre qualquer judeu em qualquer época pós-Holocausto, em qualquer lugar do mundo, qualquer que seja sua posição ideológica. O nome mais comum dessa confusão generalizada e generalizante é racismo, embora, em defesa de Saramago, diversos autores tenham afirmado que ele não se insurgia contra os judeus, mas contra a política de Israel. Mas ele foi bem explícito em muitas outras declarações. Outros exemplos:
31 dez. 2008: no artigo "Israel", Saramago afirmou: "Não é do melhor augúrio que o futuro presidente dos Estados Unidos venha repetindo uma e outra vez, sem lhe tremer a voz, que manterá com Israel a 'relação especial' que liga os dois países, em particular o apoio incondicional que a Casa Branca tem dispensado à política repressiva (repressiva é dizer pouco) com que os governantes (e porque não também os governados?) israelitas não têm feito outra coisa senão martirizar por todos os modos e meios o povo palestino. Se a Barack Obama não lhe repugna tomar o seu chá com verdugos e criminosos de guerra, bom proveito lhe faça, mas não conte com a aprovação da gente honesta. Outros presidentes colegas seus o fizeram antes sem precisarem de outra justificação que a tal "relação especial" com a qual se deu cobertura a quantas ignomínias foram tramadas pelos dois países contra os direitos nacionais dos palestinos. Ao longo da campanha eleitoral Barack Obama, fosse por vivência pessoal ou por estratégia política, soube dar de si mesmo a imagem de um pai estremoso. Isso me leva a sugerir-lhe que conte esta noite uma história às suas filhas antes de adormecerem, a história de um barco que transportava quatro toneladas de medicamentos para acudir à terrível situação sanitária da população de Gaza e que esse barco, Dignidade era o seu nome, foi destruído por um ataque de forças navais israelitas sob o pretexto de que não tinha autorização para atracar nas suas costas (julgava eu, afinal ignorante, que as costas de Gaza eram palestinas…) E não se surpreenda se uma das suas filhas, ou as duas em coro, lhe disserem: 'Não te canses, papá, já sabemos o que é uma relação especial, chama-se cumplicidade no crime'." Aqui, Saramago deixava claro que considerava todo israelense (e todo israelita) – "governantes (e porque não também os governados?)" – carrascos e criminosos, massacradores do inocente povo palestino… Nenhuma palavra contra as atividades criminosas e genocidas do Hamas que já governava os palestinos de Gaza: embora fosse um partido islâmico que defendia a sharia, e ainda que Saramago condenasse "todas" as religiões e em especial as barbáries cometidas em nome do islamismo, no caso do movimento islamita pela "libertação da Palestina" seu silêncio era ensurdecedor.
22 jan. 2009: "O processo de extorsão violenta dos direitos básicos do povo palestino e do seu território por parte de Israel tem prosseguido imparável perante a cumplicidade ou a indiferença da mal chamada comunidade internacional. O escritor israelita David Grossmann [...] escreveu [...] que Israel não conhece a compaixão. Já o sabíamos. Com a Tora como pano de fundo, ganha pleno significado aquela terrível e inesquecível imagem de um militar judeu partindo à martelada os ossos da mão a um jovem palestino capturado na primeira intifada por atirar pedras aos tanques israelitas. Menos mal que não a cortou. Nada nem ninguém, nem sequer organizações internacionais [...] conseguiram, até hoje, travar as acções mais do que repressivas, criminosas, dos sucessivos governos de Israel e das suas forças armadas contra o povo palestino. [...] Enfrentados à heróica resistência palestina, os governos israelitas modificaram certas estratégias iniciais suas, passando a considerar que todos os meios podem e devem ser utilizados, mesmo os mais cruéis, mesmo os mais arbitrários, desde os assassinatos selectivos aos bombardeamentos indiscriminados, para dobrar e humilhar a já lendária coragem do povo palestino, que todos os dias vai juntando parcelas à interminável soma dos seus mortos e todos os dias os ressuscita na pronta resposta dos que continuam vivos" ("Israel e os seus derivados"). Aqui, o terrorismo ganha nomes lindos: "ressurreição", "pronta resposta", enquanto Israel adquire contornos de Alemanha nazista, com torturas, governos criminosos em sucessão, crueldade e violência indiscriminadas. Perto desse painel de Estado Judeu "comedor de criancinhas", os terroristas palestinos que trucidavam os comerciantes árabes que se relacionavam com judeus no velho mercado árabe a golpes de machadinhas; os homens-bombas que explodiam crianças em ônibus e escolares, tornam-se verdadeiros santos e mártires da causa – a religiosidade aqui é permitida pelo ateu Saramago.
12 jan. 2009: "Imaginemos que, nos anos trinta, quando os nazis iniciaram a sua caça aos judeus, o povo alemão teria descido à rua, em grandiosas manifestações que iriam ficar na História, para exigir ao seu governo o fim da perseguição e a promulgação de leis que protegessem todas e quaisquer minorias [...]. Imaginemos que, apoiando essa digna e corajosa acção [...] os povos da Europa desfilariam pelas avenidas e praças das suas cidades e uniriam as suas vozes ao coro dos protestos levantados [na Alemanha]. Já sabemos que nada disto sucedeu nem poderia ter sucedido. Por indiferença, apatia, por cumplicidade táctica ou manifesta com Hitler, o povo alemão, salvo qualquer raríssima excepção, não deu um passo, não fez um gesto, não disse uma palavra para salvar aqueles que iriam ser carne de campo de concentração e de forno crematório, e, no resto da Europa, por uma razão ou outra (por exemplo, os fascismos nascentes), uma assumida conivência com os carrascos nazis disciplinaria ou puniria qualquer veleidade de protesto. Hoje é diferente. Temos liberdade de expressão, liberdade de manifestação e não sei quantas liberdades mais. Podemos sair à rua aos milhares ou aos milhões [...] podemos exigir o fim dos sofrimentos de Gaza ou a restituição ao povo palestino da sua soberania e a reparação dos danos morais e materiais sofridos ao longo de sessenta anos, sem piores consequências que os insultos e as provocações da propaganda israelita. [...] Por sua vez, o exército israelita, esse que o filósofo Yeshayahu Leibowitz, em 1982, acusou de ter uma mentalidade "judeonazi", segue fielmente, cumprindo ordens dos seus sucessivos governos e comandos, as doutrinas genocidas daqueles que torturaram, gasearam e queimaram os seus antepassados. Pode mesmo dizer-se que em alguns aspectos os discípulos ultrapassaram os mestres. Quanto a nós, continuaremos a manifestar-nos." ("Imaginemos"). Aqui, enfim, Saramago manifesta seu ódio ardente aos judeus, que ele considera como genocidas "piores que os nazistas" – merecendo que o mundo inteiro se insurja contra Israel, quiçá com a ajuda da futura bomba atômica iraniana, para extirpar de vez a "mentalidade judeunazista", colocando "a restituição ao povo palestino da sua soberania e a reparação dos danos morais e materiais sofridos ao longo de sessenta anos" – incluindo, claro, uma justa limpeza étnica em Israel para repovoar a Palestina com os cinco milhões de refugiados palestinos espalhados pelo mundo, e que não ultrapassavam os 300 mil quando eram realmente refugidos – há sessenta anos atrás. Sempre utilizando frases de impacto que os judeus pacifistas adoram lançar contra Israel para que se voltem duplamente contra Israel e os judeus em geral (incluindo aqueles que lançaram essas palavras), José Saramago utilizou em sua subliteratura partidária e militante todos os clichês do antissemitismo contemporâneo, que se concentra no ódio a Israel.
Al Diniz 21/06/2010 às 05:33 #
Incrível como no caso da "celebridade" Saramago o senso "acrítico" impera, com "especialistas" e não-especialistas escrevendo como fanboys que endeusam seus ídolos. O pior é que tal visão deturpada migra da aparentemente "equilibrada" opinião jornalística para blogs e provavelmente para a Academia, que verá nos próximos anos um fluxo de teses, dissertações e estudos diversos de Saramago com a mesma "verve" crítica desses necrológios que são quase hagiografias do Santo Saramago. Nesse sentido, a apreciação crítica de Nazario, irônica e certeira, é a exceção mais que bem-vinda. Aliás, um desses blogueiros, a soldo da Folha de S. Paulo, ficou tão indignado com a coerente apreciação crítica do Vaticano (chamar Saramago de populista e extremista, a meu ver, é tocar nos pontos óbvios da vida e da obra da dita "sumidade" de Lazarote), que exigia que o Vaticano cuidasse de "sua" pedofilia antes de "atacar" o sacrossanto Nobel português. Claro, o blogueiro, como seu mestre, aprecia generalizações… Extático, o blogueiro clama: "se mais pessoas fossem como Saramago, o mundo seria melhor". Bem, o mundo seria mais arbitrário, mais hipócrita, provavelmente já sem Israel em seu mapa, moralmente "sublime" e estilisticamente próximo dos batidos cacoetes do modernismo – um mundo, de fato, para nenhum militante, comunista ou islâmico, botar defeito.
José Roitberg 21/06/2010 às 12:59 #
Excelente e completíssima avaliação da anti-obra de Saramago. Achei muito curioso nas resenhas em TV no dia de sua morte que o até então bem conhecido como "grande escritor", "prêmio Nobel português" etc, tenha sido apresentado abertamente, pela primeira vez como "exemplo de intelectual marxista…" A propaganda é forte e talvez em vida, esse qualificativo real tivesse sido ruim para a imagem dele. É um exemplo excelente do entranhamento da propaganda soviética antissemita e anti-Israel, incrementada após a vitória isralense na Guerra dos Seis Dias, entre os "livre" pensadores ocidentais.
sexta-feira, junho 18
Apoie Israel: se o país cair, todos nós cairemos
IMPORTANTE ARTIGO DE JOSÉ MARIA AZNAR NO JORNAL THE TIMES DE LONDRES
Apoie Israel: se o país cair, todos nós cairemos
Por: José María Aznar - Ex-Primeiro-Ministro da Espanha entre 1996 e 2004.
17 de junho de 2010 - THE TIMES DE LONDRES
Revolta em relação aos acontecimentos na Faixa de Gaza é uma distração. Não podemos esquecer que Israel, nesta região turbulenta, é o maior aliado do Ocidente.
Há muito tempo está fora de moda na Europa falar em favor de Israel. Em seqüência ao recente incidente a bordo de um navio cheio de ativistas anti-Israel no Mediterrâneo, é difícil pensar em uma causa mais impopular para lutar.
Em um mundo ideal, a intervenção do exército israelense sobre o Mavi Marmara não teria terminado com nove mortos e alguns feridos. Em um mundo ideal, os soldados teriam sido recebidos de forma pacifica no navio. Em um mundo ideal, nenhum Estado, muito menos um aliado recente de Israel, como a Turquia, teria promovido e organizado uma flotilha, cujo único propósito era criar uma situação impossível para Israel, fazendo-o escolher entre desistir de sua segurança e do bloqueio naval, ou incitar a ira mundial.
Em nossas relações com Israel, devemos deixar para trás a raiva que muitas vezes desvirtua o nosso julgamento. Uma abordagem razoável e equilibrada deve encapsular as seguintes realidades: primeiro, o Estado de Israel foi criado por uma decisão da ONU. Sua legitimidade, portanto, não deve entrar em questão. Israel é um país com instituições democráticas profundamente enraizadas. É uma sociedade dinâmica e aberta, que tem repetidamente se destacado nos campos da cultura, ciência e tecnologia. Em segundo lugar, devido às suas raízes, história e valores, Israel é uma nação de pleno direito ocidental. Na verdade, é uma nação ocidental normal, porém diante de circunstâncias atípicas.
Infelizmente, no Ocidente, Israel é a única democracia cuja existência tem sido questionada desde a sua criação. Em primeira instância, foi atacado por seus vizinhos que usavam armas convencionais de guerra. Em seguida, enfrentou o terrorismo que culminou com uma seqüência de ataques suicidas. Agora, a pedido de radicais islâmicos e seus simpatizantes, enfrenta uma campanha de deslegitimação através do direito internacional e diplomacia.
Sessenta e dois anos após sua criação, Israel ainda está lutando por sua sobrevivência. Punido com chuvas de mísseis que caem no norte e sul, ameaçado de destruição por um Irã que tem o objetivo de adquirir armas nucleares, e pressionado por amigos e adversários, Israel, ao que parece, nunca pode ter um momento de paz.
Durante anos, o foco de atenção do Ocidente tem sido, compreensivelmente, voltado ao processo de paz entre israelenses e palestinos. Mas se Israel está em perigo hoje e toda a região está deslizando rumo a um futuro preocupante e problemático, não é devido à falta de entendimento entre as partes sobre como resolver este conflito. Os parâmetros de um acordo de paz em perspectiva são claros, por mais difícil que possa parecer para os dois lados dar o passo decisivo para sua implementação.
As verdadeiras ameaças à estabilidade regional, no entanto, encontram-se no surgimento do radicalismo islâmico que vê a destruição de Israel como o cumprimento de seu destino religioso e, simultaneamente, no caso do Irã, como uma expressão de suas ambições à hegemonia regional. Ambos os fenômenos são ameaças que afetam não só Israel, mas também toda a Comunidade Internacional.
O núcleo do problema reside na maneira ambígua, e muitas vezes errônea, em que muitos países ocidentais estão reagindo a esta situação. É fácil culpar Israel por todos os males do Oriente Médio. Alguns até agem e falam como se um novo entendimento com o mundo muçulmano poderia ser alcançado somente se estivéssemos dispostos a sacrificar o Estado judeu. Isso seria loucura.
Israel é a nossa primeira linha de defesa em uma agitada região que está constantemente sob o risco de cair no caos; uma região que é vital para a segurança energética mundial devido à nossa dependência excessiva de petróleo do Oriente Médio; uma região que forma a linha de frente na luta contra o extremismo. Se Israel cai, todos nós cairemos. Para defender o direito de Israel existir em paz, dentro de fronteiras seguras, requer um grau de clareza moral e estratégica que muitas vezes parece ter desaparecido na Europa. Os Estados Unidos mostram sinais preocupantes de seguirem uma posição no mesmo sentido.
O Ocidente está atravessando um período de incerteza com relação ao futuro do mundo. No sentido amplo, esta incerteza é causada por uma espécie de dúvida masoquista sobre nossa própria identidade; pela regra do politicamente correto; por um multiculturalismo que nos obriga a curva-nos diante dos outros; e por um secularismo que, cinicamente, nos cega, mesmo quando somos confrontados por membros do jihad promovendo a encarnação mais fanática de sua fé. Deixar Israel a sua própria sorte, neste momento crucial, serviria apenas para ilustrar o quanto afundamos e como nosso declínio inexorável agora se torna eminente.
Isto não pode acontecer. Motivado pela necessidade de reconstruir os nossos valores ocidentais, expressando uma profunda preocupação com a onda de agressão contra Israel, e consciente de que a força de Israel é a nossa força e a fraqueza de Israel é a nossa fraqueza, tomei a decisão de promover uma nova iniciativa chamada Amigos de Israel com a ajuda de algumas personalidades, incluindo David Trimble, Andrew Roberts, John Bolton, Alejandro Toledo (ex-presidente do Peru), Marcello Pera (filósofo e ex-presidente do Senado italiano), Nirenstein Fiamma (autor e político italiano), o financista Robert Agostinelli e o intelectual católico George Weigel.
Não é nossa intenção defender qualquer política específica ou qualquer governo israelense em particular. Os patrocinadores desta iniciativa, com certeza, devem discordar das decisões tomadas por Jerusalém em algumas situações. Nós somos democratas e acreditamos na diversidade.
O que nos une, no entanto, é o nosso apoio incondicional para o direito de Israel de existir e de se defender. Os países ocidentais que se unem com aqueles que questionam a legitimidade de Israel, para que estes joguem com organismos internacionais as questões vitais de segurança de Israel, satisfazendo aqueles que se opõem aos valores ocidentais ao invés de se levantar com firmeza em defesa desses valores, não estão cometendo apenas um grave erro moral, mas um erro estratégico de primeira grandeza.
Israel é uma parte fundamental do Ocidente. O Ocidente é o que é graças às suas raízes judaico-cristãs. Se o elemento judeu dessas raízes for retirado e perdemos Israel, também estamos perdidos. Quer queira ou não, nosso destino está interligado.
**Foi Primeiro-Ministro da Espanha entre 1996 e 2004.
terça-feira, junho 15
Novo Libelo de Sangue feito pela Síria
We Con The World - Breaking the Blocade
É necessário quebrar o bloqueio da Warner a essa paródia que não viola nenhum direito autoral como todas as outras paródias que estão no ar. O vídeo original postado pelo LATMA, o melhor programa humorístico da Tv israelense foi removido do perfil do LATMA pela Warner quando quebrou a marca dos 3 milhões de views. A Warner é controlada por empresários e bancos japoneses.
Flotilla Choir Presents We Con the World - More free videos are here
sexta-feira, junho 11
Revisionismo Comunista em Tempos de Cólera - correção
por José Roitberg
Não me interessa neste blog fazer propaganda. No caso abaixo, o colega Miguel reagiu corretamente a notícia (reproduzida na íntegra) divulgada para o mundo inteiro pela agência de notícias espanhola EFE (controle estatal). Após alguns dias de pesquisa venho afirmar de cara limpa que esta matéria é uma MONTAGEM da EFE!
Dentro da linguagem jornalística um texto entre aspas é uma citação retirada de outro texto ou do discurso falado de alguém. Deve, portanto, reproduzir com a máxima fidelidade, dentro das possibilidades da tradução, o original. Como o original foi divulgado em várias línguas - incluindo português - a tradução era desnecessária.
Todas as "reflexões" de Fidel Castro estão publicadas em várias línguas no site do governo cubano http://www.cuba.cu/gobierno/reflexiones/reflexiones.html e na notícia falsa da EFE as citações entre aspas atribuídas a Fidel são na seguinte ordem:
"O ódio do Estado de Israel contra..." é uma citação verdadeira mas manipulada e dentro da liberdade de imprensa e opinião que temos no Brasil, mas não há em Cuba, é considerada ofensiva por nós, mas é apenas uma opinião. Palestina ainda não é um país.
Fidel: "O ódio do Estado do Israel contra os palestinos é tão grande, que eles não vacilariam em enviar milhão e meio de homens, mulheres e crianças desse país para os crematórios nos que foram exterminados pelos nazistas milhões de judeus de todas as idades."
EFE: "O ódio do Estado de Israel contra os palestinos é tal que não vacilariam em enviar o milhão e meio de homens, mulheres e crianças desse país aos crematórios nos quais milhões de judeus de todas as idades foram exterminados pelos nazistas"
Segunda - "Fidel assegura que estas opiniões..." é uma citação PARCIALMENTE verdadeira, com erros de tradução e manipulação por parte da agência EFE que retirou o final da frase do contexto. Na notícia da EFE a gramática errada empregada leva a entender que o Governo de Batista enviou de volta o navio com refugiados judeus devido à perseguição nazista (como se FIDEL estivesse chamando o governo de Batista e os EUA de nazistas), mas não foi isso que o ex-líder cubano disse. Compare os dois textos:
Fidel: "Não nasce do ódio esta opinião, senão do sentimento de um país que se solidarizou e que ofereceu abrigo aos judeus durante os dias duros da Segunda Guerra Mundial, o governo pro-ianque de Batista tentou enviar de retorno desde Cuba um navio carregado deles, que fugiam da França, da Bélgica e da Holanda devido à perseguição nazista."
EFE: Fidel assegura que estas opiniões sobre Israel não nascem do ódio, mas "do sentimento de um país que se solidarizou e prestou auxílio aos judeus nos duros dias da Segunda Guerra Mundial quando o Governo pró-americano de Batista tratou de enviar de volta de Cuba uma embarcação carregada deles, que escapavam da França, Bélgica e Holanda por causa da perseguição nazista".
Como se pode ver a citação publicada pela EFE é falsa, manipulada e gramaticalmente incorreta. Mas o discurso de Fidel é totalmente de propaganda contando com a ignorância do público para os fatos históricos e mostra Cuba, mesmo a de Batista, como tendo se solidarizado com os refugiados judeus, coisa que não ocorreu. A história correta do episódio que ele cita é: "Em um evento altamente noticiado entre maio e junho de 1939, os Estados Unidos se recusaram a receber mais de 900 refugiados judeus que haviam cruzado o oceano no navio St. Louis. partindo de Hamburgo, na Alemanha em busca de salvação. Os passageiros do St. Louis, que acreditaram ter obtido vistos de trânsito em Cuba, onde aguardariam a aprovação de seus vistos norte-americanos, no último momento não obtiveram permissão para desembarcar, e o navio então iniciou uma jornada desesperada em busca de abrigo, mas ao aproximar-se da costa da Flórida não obteve permissão das autoridades norte-americanas para atracar. Sem permissão para aportar nos Estados Unidos, o navio foi forçado a retornar à Europa, onde navegou por alguns países para os quais os refugiados imploravam refúgio. A Grã-Bretanha, a França, a Holanda e a Bélgica acabaram por aceitar alguns dos passageiros como refugiados, e os restantes tiveram que retornar para a Alemanha. Sabe-se que dos 908 passageiros do St. Louis que retornaram à Alemanha, 254 (quase 28%) morreram no Holocausto; 288 refugiaram-se na Grã Bretanha; e dos 620 que foram forçados a retornar à Europa central, 366 (pouco mais de 59%) sobreviveram à Guerra."
Quanto à terceira citação o problema é muito mais grave, pois não há tal texto nas reflexões de Fidel, tendo sido criado pela Agência EFE:
EFE: O líder cubano responsabiliza os Estados Unidos pela "ideia aventureira" de criar em Israel, na década de 50, "um germe no Oriente Médio que hoje ameaça uma parte considerável da população mundial e é capaz de atuar com a independência e o fanatismo que o caracterizam".
Fidel: "Naquela época, o Estado do Israel não tinha nenhuma arma nuclear. O império tinha um enorme e incontrastável poder nuclear. Foi então que os Estados Unidos pensaram na aventureira idéia de criar em Israel um gendarme no Oriente Médio, que hoje ameaça uma parte considerável da população mundial e que é capaz de agir com a independência e o fanatismo que o caracterizam."
Esse texto abominável da EFE transformou um gendarme, um guarda, o tal "cão de guarda do capitalismo" tão citado pela esquerda, em "germe" como nos discursos nazistas. Note que o texto oficial do governo cubano traz o termo francês "gendarme" mantido em todas as línguas publicadas e não há como confundir com "germe." Baseado nesta manipulação da EFE a revolta foi instalada com mais veemência entre os que discordam de Fidel e do comunismo, de forma verdadeira, mas levada ao erro pelo texto inconfiável da EFE.
A EFE também optou por deixar de fora o parágrafo anterior no qual Fidel também caracteriza como um gendarme americano no Oriente Médio o Irã dos tempos do Xá Reza Pahlevi.
Mas o texto original de Fidel, bem como os do governo brasileiro e outros grupos de esquerda citam a decisão das sanções da ONU basicamente com a mesma retórica bizarra: "Nada de estranho teria que tanto o Israel quanto os Estados Unidos e os seus aliados mais próximos com direito ao veto no Conselho de Segurança, a França e a Grã Bretanha, quisessem aproveitar o grande interesse que provoca o Mundial de Futebol para acalmar a opinião internacional, indignada pela criminosa conduta das tropas elites israelitas perante a Faixa de Gaza." (erro no original)
É impressionante como todos os círculos de esquerda REMOVERAM do Conselho de Segurança da ONU a Rússia e a China que não só não vetaram como votaram A FAVOR do embargo!!! Isso é o exemplo stalinista-soviético da manipulação da informação para seu povo e seguidores. Como explicar que a terra de Mao votou "a favor" de Israel e e dos EUA? Como explicar que a Rússia, não só não vetou, como votou a favor? Impossível! Como explicar que o líder palestino Mahmud Abbas deu uma entrevista nos EUA pedindo para que o BLOQUEIO NAVAL SOBRE GAZA CONTINUE??? Impossível. Então a mentira deve ser o discurso, também "nada de estranho" aí.
E é muito importante saber quem mais votou a favor. Quem são os tais aliados de Israel e dos Estados Unidos... Líbano, muçulmano, mesmo com forte presença política do Hezbollah que faz parte da estrutura de governo do Irã se absteve... Nigéria, muçulmana, a favor. Bósnia, muçulmana, a favor. Gabão, a favor. Japão, a favor. Uganda, México e Áustria, a favor. Apenas Brasil e Turquia, contra. O texto de propaganda oficial cubana dá a entender que EUA, Grã Bretanha e França são os que votaram a favor e decidiram pelo boicote. E que seus aliados próximos e não a Rússia e a China, não vetaram...
Fidel ainda escreve para seus seguidores que ".. forças elites do Israel (erro no original), que transportadas em helicópteros assaltaram durante a madrugada do dia 31 de maio a flotilha que levava alimentos para o milhão e meio de palestinos sitiados em uma parte de sua própria Pátria..." dando a entender que os navios levavam alimentos para todos os palestinos, quando sequer levavam alimentos, e sua carga era de pouco mais de 10 toneladas em contraste com as 15 mil toneladas mês que entram na Faixa de Gaza por seus postos de fronteira.
(abaixo a publicação original)
Agora presta atenção ao requinte da coisa (parágrafo assinalado em vermelho) e na virulência do termo "germe", diretamente decalcado do imaginário nazista (teria sido um ato falho do nosso guia revolucionário?), no parágrafo realçado em azul. Veja que o texto já transfere malandramente a fundação do Estado para os anos 1950 (a desinformação subliminar, secundária, destinada a fixar-se no leitor desavisado). A coisa é elaborada.
p0r Miguel Fernandes
Parabéns a Esquerda Judaica
(AFP) – Há 2 horas
HAVANA — O ditador cubano Fidel Castro afirmou que Israel não hesitaria em enviar os palestinos para fornos crematórios, como fizeram os nazistas que executaram milhões de judeus, em um novo artigo publicado nesta sexta-feira.
"A suástica do Führer parece ser hoje a bandeira de Israel", escreveu o ex-presidente, ao criticar Israel e os Estados Unidos pelas novas sanções contra o Irã aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU.
No texto, Fidel insiste que Israel prepara um ataque nuclear contra o Irã com a mesma sanha comque as tropas israelenses atacaram há duas semanas a frota humanitária pró-palestina.
"O ódio do Estado de Israel contra os palestinos é tal que não vacilaria em enviar um milhão e meio de homens, mulheres e crianças dos territórios palestinos para os fornos crematório em que judeus de todas as idades foram exterminados pelos nazistas", escreveu.
sábado, junho 5
Declarações de incitamento islâmico relacionadas a flotilha
Bulente Yildirim, numa manifestação EM GAZA: "Todos os muçulmanos do mundo vão marchar para Gaza."
28-mai-2010 - Al-Jazeera TV (Qatar, mas para o mundo inteiro) - reportagem da "flotilha da liberdade" antes de sua partida para Gaza mostra ativistas a bordo cantando canções da Intifada e exaltando o martírio.
28-mai-2010 - TV Al-Aqsa (Gaza) - O professor yemenita Abd Al-Fatah Nu'man, radicado em Gaza declara: "Quanto mais os heróis da flotilha querem chegar a Gaza, mais a opção do martírio é desejável A ELES..." (obs: no texto completo desta declaração fica muito claro que este sujeito deseja aos ativistas da flotilha o martírio, a morte nas mãos dos israelenses, mesmo que os ativistas não quisessem, pelo menos vários deles...)
31-mai-2010 - TV Al-Aqsa (Gaza) - O clérigo egípcio Salem Abu Al-Futouth saúda os "mujahedim" que morreram no confronto com a flotilha e diz: "Se um bilhão de muçulmanos no mundo zumbirem feito moscas, a força dos judeus será solapada... A crueldade mora no coração deste povo (os judeus)..."
31-mai- 2010 - TV Al-Alam (Irã) - o principal clérigo islâmico palestino no Líbano, sheik Muhamama Nimr Zaghmout, conclama os egípcios e jordanianos a atacar as embaixadas de Israel e tomar os embaixadores e funcionários como reféns.
31-mai-2010 - TV Syrian (Síria) - O historiador síros Soheil Zakkar conclama para operações suicidas após o confronto da flotilha.
31-mai-2010 - Al-Jazeera TV (Qatar, mas para o mundo inteiro) - O clérigo egípcio radicado no Yemem, Wagdi Ghoneim, culpa o Egito pelo confronto da flotilha e declara que: "O Hamas está lutando contra a América, Europa e todos o cruzados ocidentais."
Uma consideração minha sobre o disse-me-disse de Israel ter jogado corpos ao mar. Ao que tudo indica, não há uma lista de embarque no Marmara. Os turcos podem alegar que havia quantas pessoas eles quiserem e criar nomes e documentos de qualquer uma. Definindo 10 pessoas que nunca estiveram a bordo como ausentes, fica com Israel a responsabilidade de "provar" que estas pessoas não estavam lá e que não foram jogadas ao mar. Como todos sabemos que é impossível se provar algo que não se fez, essa situação tende a se complicar.
José Roitberg - jornalista
quarta-feira, junho 2
Recadinho para o Anônimo
Mas agora quero responder ao nosso "anônimo" que levantou um caso muito sério que para mim está no cerne da questão antissemita envolvendo a União Soviética. Já discuti isso com outro "não anônimo" que também frequenta meus posts e vídeos.
Vocês tem mania de pegar sobrenomes europeus e russos e definir pela ortografia ou sonoridade que são judeus. Tem o tempo todo alguém me enchendo o saco dizendo que Adolf EICHMANN era judeu e que Alfred ROSENBERG era judeu. Cacete! Vcs acham que tudo que termina em berg e man é judeu? Isso é uma ignorância completa! Os sobrenomes europeus são todos misturados!
Não interessa que haja biografias sobre Eichmann, que ele tenha sido julgado, que ele tenha podido falar e escrever qualquer coisa ao longo de sua vida e nunca ter dito que era judeu... Para o teórico da conspiração dos sobrenomes "eu sei mais que o próprio Eichmann... Ele era judeu, mesmo que nunca tenha dito isso ou tenha sido questionado sobre isso..."
Geralmente os sobrenomes alemães com consoantes duplas são sobrenomes judaicos, mas isso não é regra, e aconteceu em determinadas épocas onde os governos queriam distinguir os judeus e os obrigaram a dobrar uma consoante. Neste caso o Eichmann em questão é um dos que foge a regra. Não seria possível pertencer a SS e muito menos chegar a sua posição se tivesse "sangue judaico" na família até o século 16. E se por acaso esse foi um sobrenome judaico foi do século 15 e passou no crivo da política racial nazi. Para os nazis, este Eichmann não era judeu, senão teria sido enviado imediatamente para Dachau.
Por exemplo, vamos tomar uma sobrenome tradicional alemão, com vários detentores da cruz de ferro na WW1 e WW2: STEINER - esse sobrenome não é judeu mas tem um monte de judeus com ele! SILVA no Brasil. VCs acham que não tem judeus chamados Silva? Claro que tem.
E pior: Hittler (com dois "ts") é um sobrenome judaico com mais de 600 anos na Alemanha. Com um "t" não é judaico. Havia uma família Hittler no Rio de Janeiro que hoje mora em Israel... Era muito estranho...
Isso se relaciona com a outra declaração que li atentamente de nosso anônimo quando ele disse que não houve pogroms na União Soviética. Bem, entre 1917 e 1941, dezenas de milhares de judeus foram massacrados e isso é tudo bem registrado - não pelos judeus, mas pelos russos e ucranianos -, principalmente na Ucrânia. Durante a revolução, aldeias inteiras foram arrasadas pelas forças comunistas e na volta da frente de combate alemão das forças imperiais (brancas) há um monte de massacres muito bem registrados com relatórios militares pormenorizados e tudo mais. Os caras receberam medalhas e citações pelos massacres. Bem, pelo menos estes oficiais depois foram todos expurgados e mortos pelos comunistas...
Uma das alegações de nosso anônimo é uma lista com uns 30 nomes de judeus em cargos importantes do regime comunista (mas não situados no tempo dos pogroms). Não lhe interessa, nada mais óbvio, que 30 nomes de judeus ao longo de 30 e poucos anos, não exatamente os dos dirigentes das ações comunistas em todo o império soviético. Ou alguém acha que não havia mais ninguém além de 30 judeus?
Muitos desta lista são da primeira fase da revolução, da fase Kerensky, antes de Lenin e foram mortos quando Lenin assumiu o poder.
Nessa época a população judaica apenas da Rússia é estimada em 2,5 milhões e 30 nomes condenam a todos! É a retórica antissemita clássica. E o mais nojento disso é a continuação do uso do termo "judeu comunista." Há um racismo contra os judeus tão grande e tão entranhado que aos judeus nem foi dada a possibilidade (pelos antissemitas) de terem abandonado a religião (o que efetivamente fizeram) e serem apenas comunistas como todos os outros. Não: eram e são "judeus comunistas."
O racismo desta questão é tão forte e permanente que você vai dizer: Trotsky, judeu comunista e jamais vai dizer Lenin cristão comunista!!! Cacete! Nem existem os termos cristão comunista, muçulmano comunista, budista comunista, taoista comunista! Só existe judeu comunista! Isso é o antissemitismo! Ao se tornarem comunistas e tendo as religiões proibidas, todos passaram a ser sovietes, mas os judeus não!
Havia tanto antissemitismo ainda na época de Lenin que ele exigiu - e foi feita - uma enorme campanha publicitária na União para que cessassem as agressões e ataques contra os judeus que deveriam ser tratados como iguais. Eu tenho uns 3 cartazes e vou colocar eventualmente aqui.
Abs,
terça-feira, junho 1
O Anti-Êxodus
Muitas pessoas acham que as imagens que as embaixadas de Israel estão circulando pelo YouTube são "auto-explicativas" e suficientes. Não são. Basta perceber que a divulgação foi mundial e os três vídeos inicialmente liberados tiveram um baixo impacto nas primeiras 10 horas com menos de 400 views para os vídeos mais importantes e 8.000 views para o menos importante. Cerca de 20 horas depois o vídeo mais importante dos três já passava de meio milhão de views, mas é pouco.
O vídeo mais relevante foi passado nesta madrugada dezenas de vezes pela CNN, FOX e SKY, mas não pela BBC e pode ser encontrado em http://www.youtube.com/watch?v=vl4kmiOCjQE - são as imagens laterais aproximadas feitas a partir de um dos barcos israelenses.
Nestas imagens vê-se o primeiro soldado que desceu pela corda sendo imediatamente espancado, subjugado e atirado do convés superior para o inferior e o segundo soldado também sendo subjugado e barbaramente espancado no chão por vários "patifistas" armados com canos de ferros, barras de ferro e porretes de madeira: armas mortais. E mesmo que as tropas do IDF tenham feito uma abordagem com armas não letais, no momento em que a vida dos primeiros soldados está em risco, os soldados restantes tem que atirar. E atiraram. Mas as imagens não foram liberadas até o momento.
A pedra estava cantada desde o início desta ação "patifista." Era uma provocação. Era uma ação para causar uma reação violenta por parte de Israel e ganhar mídia e simpatia pela causa palestina no mundo inteiro. Funcionou com perfeição. Conseguiram até mesmo nove mártires mortos e trinta e poucos feridos, recebidos aos gritos de "Deus É Grande" pelos que os aguardavam na Turquia. Heróis na luta contra os judeus sionistas. Infelizmente a opção de Israel foi pelo cenário da força e do confronto ao invés de esvaziar o plano inteiro permitindo a passagem do comboio. Não há nada nestes navios que já não tenha entrado em Gaza pelo Egito. Não encontraram nada na vistoria, porque esse era o plano muito claro desde o início para qualquer pessoa com bom senso.
Muitas das ações palestinas contra Israel ao longo do tempo repetem as ações dos judeus contra os ingleses do Mandato. O nosso Êxodus foi exatamente isso: encher o navio com sobreviventes do Holocausto e forçar o bloqueio naval britânico com ampla cobertura de mídia. O navio foi atacado, mortos, feridos, sobreviventes enviados de volta para a França. As cenas comoveram a opinião pública mundial.
Os palestinos resolveram criar o Êxodus deles, uma ação aberta de provocação e conseguiram. A grande diferença é que o nosso navio trazia pessoas desesperadas que sobreviveram as piores torturas, doenças, fome e a perspectiva da morte a cada instante. Pessoas que não tinham mais famílias massacradas pelos nazistas e simpatizantes. Pessoas que não tinham mais casas ou negócios, roubados por seus vizinhos cristãos com a certeza de que os judeus levados pelos nazistas nunca mais voltariam. Pessoas que não tinham nada e procuravam a vida.
O navio deles, por outro lado, veio cheio de militantes de esquerda radical, cheio de muçulmanos procurando a morte por Allah, cheio de militantes anti-americanos e antissemitas. Entre eles, nenhum terrorista ou líder de coisa nenhuma, pois estes, armaram todo o cenário e deixaram sua massa de manobra ignorante ser abatida e presa. Deus é grande, mas está do nosso lado e não do lado deles. Algum dia vão aprender isso.
E há uma pergunta que os sites e livros revisionsitas nazistas, que os sites antissemitas fazem: "Os judeus não aprederam nada com o Holocausto?" Aprenderam sim! Aprenderam que se alguém levantar um porrete para espancar um judeu até a morte, vai ser morto em legítima defesa! O povo judeu depois do Holocausto não é o povo judeu de antes do Holocausto. Há 65 anos não somos mais os judeus levados para a morte sem reagir! Não somos mais como nossos bisavós e trisavós na Polônia, na Ucrânia, na Letônia, na Lituânia e na Romênia que aceitavam ser espancados por cristãos sempre com a ordem familiar, rabinical e comunitária de não reagir, pois a reação significava a morte. Muitos reagiram e morreram. Muitos foram mortos sem reagir pelo prazer do antissemita. Isso é antes do Holocausto e não durante.
Quantos judeus ao longo da história seja nos pogroms soviéticos, seja nos pogroms da Rússia imperial, seja na Peste Negra, seja por um período de seca, ou de alagamentos, seja por uma epidemia, seja por uma acusação de torturar uma hóstia de missa, seja pela passagem dos Cruzados pela França e Estados Germânicos foram mortos a pauladas, com enxadas, com facões, com lanças, com marretas e com machados, sendo trucidados, desmembrados, estraçalhados em praça pública na frente de seus vizinhos jubilosos?
E os gestos são os mesmos: judeus caídos, porretes e barras subindo e descendo da forma mais covarde possível. E por cada paulada destas uma morte é pouco! E que Deus abençoe nossos garotos e sua coragem para descer por aquela corda com a certeza do que os aguardava.
José Roitberg - jornalista