sexta-feira, abril 30

Texto bizarramente antissemita em jornal do Nordeste

Favor ler o texto. A parte antissemita sem nenhuma relação com o resto do texto é o último parágrafo.

São vários fatores que caracterizam o antissemitismo desde que o termo foi criado no século 19 pelo alemão racista e antissemita declarado Wilhelm Marr. A partir dele chegou a haver um congresso mundial antissemita na Alemanha... Um deles é a inserção negativa dos judeus em um assunto ou fato onde sequer figuram ou fizeram parte. É o que o jornalista do Diário do Nordeste fez de forma consciente talvez trazendo a tona o íntimo e sua criação onde o "judeu" está envolvido em todas as coisas más e ruins. O uso do judeu no texto abaixo, além de uma "história" que não é nem histórica nem estória e deve vir de um folclore familiar do autor é para comparar ao "judas traidor" os políticos nordestinos que abandonaram Ciro Gomes. Lamentável falta de criatividade e um abuso em termos de preconceito.

José Roitberg - jornalista

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=776088

Azul ou encarnado?

28/4/2010

Nas quermesses para arrecadar fundo para a igreja, a gente ajudava votando nas candidatas dos partidos azul e encarnado. Como na eleição de outubro, mesmo que não goste dos candidatos, a opção é restrita: PSDB ou PT, vermelho ou azul. Os outros dois candidatos não emocionam o eleitor. Acabaram com a possibilidade de um candidato cearense, uma opção para quem não quer a volta do azul e já se cansou do vermelho. Para quem está fora do jogo político fica parecendo que ele se lançou de corpo e alma no abismo da sucessão sem prestar atenção nos avisos. O presidente Lula disse várias vezes que a disputa vai ser plebiscitária. Restou ao deputado cearense, que vai ficar quatro anos sem mandato, estrebuchar: "Lula viaja na maionese, ele perdeu a humildade". E correr para ajudar a reeleição do irmão Cid e do amigo Tasso, garantir uma cadeira na Câmara para Patrícia Saboia. Não tenho a menor ideia como ele vai se comportar diante das candidaturas de Eunício Oliveira e do petista José Pimentel. Ele já disse que o PMDB é "um ajuntamento de assaltantes e que Temer é um dos chefes".

A campanha já se desenha como uma briga de foice no escuro. Do pescoço pra baixo é canela. A refrega já começou pela Internet, espaço novo que os políticos disputam sem cerimônia. É lá que a candidata Dilma já foi confundida com a atriz Normal Benguel numa passeata de rua. Os adversários reagiram logo afirmando que ela sempre lutou na clandestinidade. O paulista José Serra, o que não gosta de nordestino, na opinião de Ciro Gomes, está mais preparado, embora ache que ele seja "um perigo para o País".

Quando a campanha começar no rádio e na tv vai parecer uma disputa entre FHC e Lula. O ex-candidato cearense, que confiou demais nos colegas políticos, só não pode esquecer é a historia do judeu que colocou o filho de três anos numa janela e mandou que pulasse. O garoto viu o pai ali e não pensou duas vezes. O judeu saiu da frente e a criança se estatelou no chão. E ele: isso, meu filho, é pra você não confiar nem em papai. E quando outubro vier, azul ou encarnado?

Wilson Ibiapina - jornalista

terça-feira, abril 27

Paul Schaefer, ex-nazi que fundou Colonia Dignidad, morreu na prisão

Paul Schaefer, antigo elemento do exército nazi e fundador no Chile da Colonia Dignidad, morreu hoje em Santiago aos 88 anos, no hospital da penitenciária onde cumpria pena por vários crimes, incluindo abusos sexuais e tortura, informaram fontes prisionais.
   
Schaefer morreu devido a uma complicação cardíaca, indicaram fontes do hospital da prisão.

Em maio de 2006, Paul Schaefer foi condenado a 20 anos de prisão por ter abusado sexualmente de perto de 20 crianças na Colonia Dignidad, uma sociedade beneficente para crianças abandonadas que fundou em 1961 com outros alemães, no sul do Chile.

A justiça determinou também que Schaefer colaborou com o regime de Augusto Pinochet (1973-1990) e que a colónia foi utilizada como centro de detenção e tortura de opositores do regime.

Quando surgiram informações sobre os abusos cometidos no local, o antigo militar nazi deixou o país.

Após oito anos de fuga, Paul Schaefer foi detido em março de 2005 na Argentina e depois extraditado para o Chile onde foi julgado.

A justiça considerou-o ainda culpado de homicídio qualificado, de violar a lei de controlo de armas (no local da colónia foi encontrado um vasto arsenal) e de tortura.

Depois de condenado, Paul Schaefer ficou numa prisão de máxima segurança, mas problemas de saúde levaram-no em julho passado ao hospital prisional onde hoje viria a morrer.

http://sic.sapo.pt/online/noticias/mundo/Paul+Schaefer.htm?wbc_purpose=baMODEld%25C2%25A2


Nascido a 4 de dezembro de 1921 na localidade de Sieburg, perto de Bona, Schaefer pertenceu às Juventudes Hitlerianas e prestou serviço como enfermeiro durante a II Guerra Mundial, chegando a sub-oficial.

Cerca de 300 alemães viveram durante vários anos em Colonia Dignidad, a 350 quilómetros de Santiago. Depois da saída de Schaefer, muitos voltaram à Alemanha.

sexta-feira, abril 23

Livro alerta sobre a difusão do negacionismo do Holocausto

Livro alerta sobre a difusão do negacionismo

José Antônio Rosa - Cruzeiro On Line - http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=285309
Notícia publicada na edição de 18/04/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno B
 
Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus: teorias que tentam relativizar o holocausto dos judeus


Há dez anos, quando lecionava na rede particular, o sorocabano Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, hoje com 33, encomendou aos alunos um trabalho sobre o holocausto e seus desdobramentos. A ideia era fazer com que os jovens, pesquisando, refletissem sobre um dos mais marcantes fatos da história do século passado. Tão logo começou a receber o material produzido pelos estudantes, o professor foi tomado de surpresa: praticamente todos os textos tomavam por base levantamento feito na internet, mais precisamente postagens de um site mantido pela Editora Revisão.

A empresa, localizada em Porto Alegre, pertence a Siegrfied Ellwanger, um descendente de imigrantes alemães que adotou o pseudônimo de E. Castan. Reproduzir, a partir de comandos (o tão falado "control c" e "control v"), informações que circulam pela rede mundial de computadores não constitui novidade, mesmo sendo uma prática reprovável do ponto de vista ético e acadêmico. O que assustou Carlos Gustavo foi saber que Castan é um dos mais ativos propagadores da teoria negacionista, segundo a qual, o massacre de judeus, durante a Segunda Guerra, não teria ocorrido.

Pior, ele conta, foi constatar que os adolescentes identificaram-se com os conceitos. Muitos deles chegaram a acreditar que os crimes não foram cometidos, que as torturas aplicadas tinham fundamento. Algumas discussões em sala de aula revelaram que parte da classe dava como certa a informação de que os milhões de prisioneiros mantidos em campos de concentração morreram vítimas de um surto de tifo. Que as câmaras de gás seriam lugares onde submetiam-se ao processo de desinfecção.

A experiência fez com que o sorocabano decidisse aprofundar os estudos e escolhesse o assunto como tema da tese da pós-graduação em História que cursou na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis. O resultado da investida, intitulada "Anti-semitismo e nacionalismo; negacionismo e memória", ganhou a forma de livro. No trabalho, Carlos Gustavo discute a expansão da corrente de pensamento no Brasil a partir, principalmente, da atuação de E. Castan e sua editora. No percurso que fez para estudar o fenômeno, o professor usou muito do senso investigativo e chegou a viajar até Porto Alegre onde avistou-se com o próprio Ellwanger.

Na entrevista, ele reafirmou suas convicções e contou jamais ter testemunhado qualquer episódio relacionado àquilo que prega. Ou seja: tudo o que a editora Revisão (que ele criou) divulga apóia-se em relatos e documentos que lhe foram entregues por familiares, estes, sim, vinculados ao regime nazista. Castan mantém na casa onde mora uma gráfica onde são rodados os livros de sua autoria. Todos, rigorosamente, versam sobre o negacionismo e servem de cartilha para aqueles que, conforme Carlos Gustavo, endossam a cultura da intolerância. Com o advento da internet, a Revisão passou a propagar suas mensagens de forma mais ampla.

Por conta disso, passou, também, a ser mais visada. Há alguns anos, o Ministério Público ingressou com ação para enquadrar Castan como autor do crime de racismo. O embate jurídico chegou ao Supremo Tribunal Federal e suscitou outra questão: até que ponto o direito de se expressar, assegurado pela Constituição, pode ser exercido com liberdade? Em sua defesa, o responsável pelas mensagens de fundo anti-semita alegou que nada mais fez do que externar sua opinião. Carlos Gustavo teve acesso à papelada. Leu pilhas de documentos e páginas do processo que, ao final, impôs ao acusado a pena de prisão de três anos. Ele, no entanto, cumpriu a pena em liberdade, por conta da idade avançada.

Castan chegou, mais, a ter livros apreendidos em feiras das quais participou, entre elas a Bienal do Rio de Janeiro. Lá, por iniciativa da Federação Israelita do Estado, não pôde participar do evento. Um dos precursores do negacionismo no Brasil, Castan, mais recentemente, recorreu a estratégias para escapar do monitoramento de suas atividades. Uma delas consiste em retirar do site que hospeda na internet textos de conteúdo ofensivo. Carlos Gustavo reproduziu no livro algumas das páginas para comprovar a prática.

Numa delas, datada de maio de 2000, o autor faz um alerta às autoridades brasileiras para o "intento sionista" e condena programas de educação desenvolvidos em escolas sobre educação judaica e "holocausto". Chama a isso de "intenção de manter, por mais cinquenta anos, a terrível Mentira do Século".

Pesquisador acompanha grupo de skinheads

Para entender a motivação da corrente que insiste em negar as atrocidades praticadas contra o povo judeu, Carlos Gustavo saiu a campo. O foco do trabalho é o jovem e, com esse propósito, ele conseguiu acompanhar um grupo de skinheads da região metropolitana de São Paulo numa de suas noitadas. "Vi coisas estarrecedoras. Eles saem sem rumo e, do nada, agridem moradores de ruas, gente indefesa. Se o alvo pertencer ao que chamam de raça inferior, usam da violência simplesmente em nome da intolerância."

É essa a reação que os teóricos do negacionismo esperam. Carlos Gustavo conta que, considerados gurus, eles trabalham para que mais seguidores alimentem a crença na existência de uma raça pura e em outros ideais. O perigo, adverte Carlos Gustavo, marca presença fora do país, a partir da extrema-direita. Na Áustria, o governo se alinha à doutrina negacionista, mesma orientação do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

No Brasil, a cultura da intolerância ganha força de acordo com o estudioso. Embora não exista uma mapeamento estatístico, são muitos os registros de gangues de neo nazistas que se voltam não apenas contra judeus. "Negros, homossexuais e excluídos são também visados", ele acrescenta. O combate ao negacionismo parte, conforme Carlos Gustavo, de uma urgente mudança de postura, sobretudo educacional: "É muito difícil lutar contra organizações que usam ferramentas poderosas, como a internet, para realizar seu intento".

Mesmo assim, ele defende mecanismos de controle do uso de computador por jovens: "Os pais devem ficar atentos e acompanhar o que os filhos estão acessando na rede. Começar a mudar dentro de casa, pode ajudar". O pesquisador sugere, mais, que os professores se municiem mais de conhecimento a respeito do assunto. "Infelizmente, a falta de preparo abre campo para que a geração de hoje não seja alertada como deveria sobre os riscos que corre."

"Anti-semitismo e nacionalismo, negacionismo e memória" pode ser adquirido na Fundação Editora Unesp, pelo site www.editoraunesp.com.br, ao preço de R$ 30.

Vídeos com paródias de Hitler no filme 'A Queda' são retirados do YouTube

obs Vaad Hashoa: A notícia que vc lerá abaixo indica que a retirada do ar destas paródias se deve apenas a um sistema automático de bloqueio de conteúdo com direitos autorais no YouTube. Na matéria o diretor do filme diz não concordar com o que foi feito. Por outro lado a quantidade de vídeos nazistas racistas antissemitas que estão postados no YouTube é enorme e não há nem ferramenta automática, nem procediemtno manual de denúncia que remova os vídeos que infringem o código de conduta e ética do próprio YouTube. O dinheiro cala mais alto, neste caso.

José Roitberg - jornalista

Publicada em 20/04/2010 às 17h25m

O Globo

RIO - As paródias da cena do filme "A Queda" onde generais alemães avisam a Hitler que Berlim está cercada por tropas aliadas estão sendo tiradas do ar, por violação de direitos autorais. Segundo o site Open Video Alliance , os vídeos estão sendo bloqueados pelo sistema "Content ID", do YouTube.

Essa ferramenta foi criada a pedido da indústria cinematográfica. Ela checa todos os vídeos publicados e os compara a uma base de imagens marcadas pelos donos de direitos autorais. Dessa forma, mesmo que o nome do filme não eja utilizado no arquivo, imagens protegidas podem ser reconhecidas e sua publicação impedida.

O vídeo "Hitler é banido da XBox Live", que tinha mais de quatro milhões de visitas, não está mais disponível. Dos cinco vídeos publicados neste post do Blog do Bonequinho , apenas um já está fora do ar. Lá ainda é possível ver Hitler reclamando por não conseguir ingressos para Billy Eliot , ao descobrir que Michael Jackson morreu ,que o Twitter está fora do ar e comentando os recordes de Usain Bolt .

No caso, a medida está sendo considerada um tiro no pé. Os vídeos são todos feitos por fãs e funcionam como uma eficiente publicidade gratuita. As paródias já foram elogiadas até mesmo pelo diretor da obra, Oliver Hirschbiegel.

"Alguém me manda o link sempre quando surge um vídeo novo. Acho que já assisti a uns 145 desses. Muitas vezes o texto é tão engraçado que eu chego a gargalhar. Para um diretor, não há uma satisfação maior do que esta".

Hirschbiegel tampouco considera que os vídeos deturpem a ideia do filme, ao fazer piada com a imagem de um líder genocida.

"A ideia do filme é tirar essas pessoas terríveis dos tronos que as transformaram em demônios, torná-las reais e trazer suas ações para a realidade. Acho justo que se torne parte da história e seja usado pelas pessoas como elas quiserem. Se eu ganhasse royalties por isso, seria ainda melhor."

A ideia de receber pelas brincadeiras não é absurda. Quando um vídeo é bloqueado pela ferramenta de "Content ID", o proprietário dos direitos autorais tem três opções: manter o bloqueio, rastrear o vídeo ou "monetizá-lo". No terceiro caso, a página do vídeo receberá publicidade, cuja renda será dividida entre o Google e os autores.

Uma das cenas mais tensas do filme "A Queda", pesado drama alemão de três horas sobre o final do regime nazista, mostra o momento em que os generais precisam avisar a Hitler que Berlim está cercada. Na internet, o desabafo do temido líder se transformou em uma série de paródias nas quais Hitler reclama do fim do Oasis , da morte de Michael Jackson , do Twitter fora do ar , entre outros assuntos banais. "A Queda" foi produzido pelo estúdio alemão Constantin Films.

sábado, abril 17

Movimento neonazista do Peru poderá disputar eleições em 2011



discurso antissemita a partir do terceiro minuto - Roitberg

16 de Abril de 2010 - 11h45 - http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=7&id_noticia=127733


Movimento neonazista do Peru poderá disputar eleições em 2011

Pouco mais de um ano antes das eleições gerais peruanas, um movimento político de inspiração neonazista foi inscrito no registro eleitoral nacional e estará apto para indicar candidatos a prefeito e governador em outubro de 2011.

O tribunal eleitoral peruano, chamado Jurado Nacional de Elecciones (JNE), inscreveu no dia 12 de março o INCA (Igualdade Nacional Cristã Autônoma) no Registro de Organizações Políticas. O líder do movimento é Ricardo de Spirito (na foto abaixo, de cáqui), conhecido por propagar ideais neonazistas por meio da internet e outros veículos de comunicação e que, até 2007, vestia um uniforme idêntico ao usado pela tropa de assalto alemã nazista, a Sturmabteilung, ou SA.

O JNE explicou que a inscrição do INCA foi legal. A lei peruana não exige a apresentação de um estatuto para a inscrição de um movimento regional, só para os partidos políticos. No Peru, movimentos regionais são como pequenos partidos que só podem pleitear cargos menores, como prefeituras e governos estaduais.

Os único requisitos exigidos pelo JNE são um determinado número de assinaturas em apoio e a constituição de comitês partidários locais. Caso ninguém apresente queixas após a publicação da inscrição no Diário Oficial, o JNE registra a agrupação e conclui o trâmite.

Baseado na cidade de Tacna, na fronteira com Chile, o INCA tem como símbolo uma suástica, usada por De Spirito em uma agrupação prévia, a Fredeconsa (Frente de Defesa do Consumidor Contra a Agiotagem e Usura). Esse movimento, fundado em 2002, tinha uma premissa fortemente anti-semita e anti-chilena, especialmente contra bancos e outras entidades financeiras de origem judaica. De Spirito conduziu em 2005 um programa de rádio – Controvérsias – e entre 2003 e 2004, um jornal, El Nacionalista, ambos com temáticas neonazistas.

Para um setor da população peruana o argumento anti-chileno é atraente. Peru e Chile se enfrentaram em 1879 na Guerra do Pacífico e Santiago conquistou o departamento de Tarapacá e a província de Arica. Tacna é considerada uma região mais patriota, pois sofreu ocupação chilena depois da guerra, porém, com a assinatura do Tratado de Lima em 1929, o Chile aceitou que que voltasse a ser peruana. Atualmente os países mantêm uma disputa pelo limite marítimo no Tribunal de Haia.

Após o registro do INCA, De Spirito – que deseja concorrer ao governo de Tacna – recuou e disse não desejar mal à comunidade judaica ou usar símbolos nazistas. Segundo ele, as fotos em que aparece portando uma bandeira com a suástica são uma montagem. Além disso, o líder do INCA nega a autoria de diversos textos anti-semitas disseminados pela internet, com sua assinatura.

Reações


Em entrevista ao site peruano IDL-Reporteros, que revelou o caso no final de março, o ex congressista Henry Pease – um dos autores da lei dos partidos políticos – lembrou que quando o projeto de lei foi debatido, entre 2002 e 2003, as exigências para os movimentos regionais foram menores do que para os partidos políticos. "Os movimentos regionais não podem apresentar candidatos para o Congresso ou presidência da República. Só podem concorrer a cargos de prefeito ou presidente regional (governo estadual)", lembrou.

Para o cientista político Fernando Tuesta – presidente da ONPE (Organização Nacional de Processos Eleitorais) entre 2000 e 2004 – o JNE deveria reverter a inscrição do INCA.

Tuesta, que é um dos principais especialistas em temas eleitorais no país, explicou que o JNE pode não ter tido acesso a informações sobre De Spirito, "porém, após ter conhecimento do fato, o JNE não deveria se eximir de responsabilidade. Estou certo de se tivesse sido um grupo de fachada do Sendero Luminoso haveria maior reação e o tribunal teria anulado o registro. Porém, como a rejeição afeta poucos setores da sociedade peruana, deixaram o processo seguir", opinou.

Antecedentes

De Spirito, 50 anos, foi militante do Apra (Aliança Popular Revolucionária Americana), partido mais antigo do Peru e do qual faz parte o atual presidente peruano, Alan García. Entre as frases que publicou no site da Fredeconsa, há uma de clara orientação anti-semita. "Os juros são uma diabólica invenção judia. Os juros fazem com que o judeu não coma a partir do suor da própria testa, mas da testa dos outros".

"Os piores governos do Peru são os democráticos e os melhores, os chamados de ditaduras", disse De Spirito durante um programa da TV Panorama, em 2007. "Minha admiração por Benito Mussolini passa por uma questão histórica e pela minha herança familiar [o pai do peruano é italiano]. O marxismo e o comunismo foram paridos nas sinagogas", acrescentou durante o programa.

De Spirito também afirmou que o Peru e a Bolívia "estão condenados a desaparecer da face da terra pelas mãos do sionismo chileno, que deseja se apropriar de quatro elementos fundamentais: água do Titicaca, gás de Camisea, ouro de Tacna e Puno e o mais importante, o lítio".

Após o IDL-Reporteros reportar sobre o movimento, o blog de De Spirito apagou tais declarações e no lugar publicou uma mensagem de desculpas.

Detenções


Em janeiro de 2005 a revista peruana Caretas publicou a propaganda anti-semita e anti-chilena de De Spirito e revelou que o líder do INCA tinha na ficha policial uma acusação de delito contra a ordem pública.

O futuro candidato ao governo de Tacna foi procurado pela justiça sete vezes entre 2000 e 2006 por chantagem, difamação e perturbação da ordem pública. Ficou na cadeia de Pocollay de novembro 2006 até agosto 2007 por um caso de difamação grave contra um pequeno empresário chileno.

Fonte: Opera Mundi

Câmara Municipal pode incluir o Holocausto na disciplina de História nos colégios públicos curitibanos

O vereador Emerson Prado (PSDB) levou a proposta de inclusão do Holocausto na disciplina de História do Ensino Fundamental nas escolas públicas de Curitiba. O parlamentar defende que as noções de racismo, preconceito e crueldade ajudam a conscientizar os cidadãos sobre cidadania, fazendo com que as próximas gerações não permitam atos semelhantes de genocídio e intolerância.

A ideia da proposta é abordar essa questão e mostrar o impacto do acontecimento e seus desdobramentos históricos. Prado declara que se deve evitar a negação e o esquecimento desse período da história. Durante a sessão, os vereadores emitiram suas opiniões a respeito dessa possibilidade. A maioria foi favorável e o projeto está em votação.

Manoel Knopfholz, presidente da Federação Israelita do Paraná, Pablo Berman, rabino da Comunidade Israelita do Paraná, e Leon Knopfholz, presidente da Loja Weizmann da B'nai B'rith Paraná, centenária organização judaica de defesa de Direitos Humanos e Valores Universais, participaram do plenário e defenderam a proposta. Essa não é a primeira vez que a B'nai B'rith busca inserir o Holocausto na rotina dos colégios.

Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, a instituição realizou, em setembro do ano passado, a "II Jornada Interdisciplinar sobre o Ensino da História do Holocausto". O evento abordou os desdobramentos e impactos dessa época aos professores da rede pública de escolas municipais. Em seguida, eles deveriam motivar os estudantes entre 9 e 14 anos a escrever uma redação a respeito desse tema. A B'nai B'rith foi fundada em 1843 e atua em mais de 50 países.

Sobre a B'nai B'rith

Fundada em 1843, a B'nai B'rith é uma instituição judaica que promove e pratica os valores universais do Judaísmo, acreditando na capacidade do ser humano de agir com Justiça, atuar e conviver com Amor e que luta pela defesa  dos Direitos Humanos, onde quer que os mesmos estejam sendo violados, independentemente da origem dos atingidos, contra o antisemitismo e o racismo e pela perenidade do povo judeu e do Estado de Israel.

A instituição atua em 54 países. Nos Estados Unidos, a B'nai B'rith fundou a Liga Antidifamação que tem como objetivo deter a difamação do povo judeu.


http://www.paranashop.com.br/colunas/colunas_n.php?op=gente&id=24082 - [15-04-2010]

sexta-feira, abril 16

Tribunal condena bispo britânico a pagar R$ 23.500 por negar Holocausto


http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u721821.shtml

16/04/2010 - 12h28

Tribunal condena bispo britânico a pagar R$ 23.500 por negar Holocausto

da Reportagem Local

Um tribunal alemão condenou nesta sexta-feira o bispo católico britânico Richard Williamson a pagar uma multa de 10.000 euros (cerca de R$ 23.570) por negar o Holocausto.

O tribunal de Ratisbona (sul da Alemanha) condenou o bispo à revelia por incitação ao ódio racial por causa das declarações que fez a um canal de TV sueco em janeiro de 2009.

Jens Falk-28fev.07/Reuters
Bispo católico Richard Williamson boicotará julgamento por negar na  TV o Holocausto
Bispo católico Richard Williamson boicotará julgamento por negar na TV o Holocausto

O bispo Williamson foi excomungado junto a outros três bispos da organização católica integrista Fraternidade de São Pio 10, nos anos 80, por terem sido ordenados sem a permissão do papa João Paulo 2º. Em janeiro de 2009, o papa suspendeu as excomunhões para acabar com o cisma dos tradicionalistas, que não aceitam as reformas eclesiásticas do Concílio Vaticano 2º, dando origem a uma polêmica.

Depois de anunciado o perdão papal, foi ao ar uma entrevista em que Williamson negou a extensão do Holocausto. Williamson disse acreditar que não existiram câmaras de gás e que não mais do que 300 mil judeus pereceram em campos de concentração nazistas, em vez do total de 6 milhões afirmado pelos historiadores.

Em meio a uma forte reação internacional, o papa exigiu que Williamson se retratasse, dizendo que negar o Holocausto é "totalmente inaceitável". Em março de 2009, após ser expulso da Argentina, Williamson pediu perdão pelas declarações sobre o Holocausto, mas não rejeitou o que dissera. Nem o Vaticano nem grupos judaicos aceitaram o pedido.

"Acredito que não existiram câmaras de gás. Acredito que de 200 mil a 300 mil judeus morreram nos campos de concentração, mas nenhum nas câmaras de gás", afirmou Williamson, negando o massacre durante a Segunda Guerra (1939-1945).

Ao receber a denúncia, o Tribunal de Ratisbona propôs a Williamson aceitar um procedimento judicial simplificado e encerrar o caso com o pagamento de uma multa de 12 mil euros, o que o bispo negou por discordar da acusação.

A audiência ante o tribunal aconteceu na ausência do acusado, a quem sua comunidade religiosa proibiu de testemunhar e de dar declarações à imprensa, segundo explicou o advogado do bispo.


quinta-feira, abril 15

Papa com bigode de Hitler em Malta

Diversos outdoors na Ilha de Malta referentes a visita do Papa Bento 16 foram pichados com referências à pedofilia e bigodinhos de "hilter" foram pintados no rosto do Papa.

sábado, abril 10

Solidariedade ao povo Polonês

Apesar de todo o antissemitismo pré Segunda Guerra Mundial, foram os judeus da Polônia, que totalizavam 3,5 milhões de pessoas antes da guerra a população judaica dizimada em maior número. Como em todos os países ocupados pela Alemanha houve os que se aliaram e os que resistiram. Dentro destes dois grupos havia os que perseguiam judeus da resistência e os que ajudavam. Ajudaram como puderam. Alguns historiadores dizem que podia ter sido mais. Coisa que nunca se terá certeza.

Mas quando se fala do início "oficial" da Segunda Guerra Mundial se fala apenas da invasão alemã à Polônia e se deixa de lado a invasão soviética da Polônia já previamente e secretamente dividia no pacto Molotov de não agressão entre Alemanha e União Soviética, entre os dois grandes inimigos socialistas... E se os  alemães fuzilaram sumariamente os oficiais poloneses que se rendiam ou eram encontrados feridos para eliminar as lideranças de um país que iriam ocupar, os soviéticos os prenderam e depois os executaram na floresta de Katin de forma sistemática e tragicamente similar ao que ocorreria alguns meses depois aos judeus dos estados bálticos.

Por décadas de domínio comunista o Massacre de Katin foi atribuído aos nazistas, que sempre negaram este episódio, apesar de não negarem suas outras atrocidades e até terem orgulho do que fizeram. Apenas com a queda do regime comunista e a abertura dos arquivos da WW2 no Kremlin a cruel verdade veio a tona: as tropas invasoras soviéticas na Polônia receberam a ordem direta de também eliminar os oficiais poloneses. Este é um dos motivos da resistência polonesa ter tantos grupos, por vezes inimigos entre si, de não terem um comando. É porque não havia oficiais treinados para comandar os resistentes, ficando os cargos de liderança ou com ex-cabos e sargentos com ou pessoas sem nenhum tipo de treinamento.

O evento para onde ia todo o governo polonês, sua cúpula militar e acompanhantes (até o momento desta matéria a lista completa ainda não havia sido divulgada) era exatamente para o reconhecimento oficial e o pedido de desculpas formal do governo russo, pelo que seus antecessores soviéticos fizeram na Polônia de setembro de 1939 a agosto de 1941. Tragicamente a viagem foi em um avião Tupolev russo e um piloto que recusou as ordens da torre de comando acabou com a vida de todas na quarta tentativa de aterrissar em meio à neblina.

Este presidente, este governo, estas lideranças militares que foram consumidas nas cinzas, como 3,3 milhões de seus cidadãos judeus há 60 anos atrás, eram amigos, compreendiam e reconheciam o que realmente aconteceu. Foi devido a eles, principalmente ao presidente Lech Kaczynski que em 2007 o comando militar de Israel, soldados e oficiais puderam prestar uma homenagem oficial aos judeus mortos no campo de Auschwitz.

Foi devido a compreensão deste governo polonês desaparecido em instantes que a IAF - Força Aérea de Israel teve permissão (contando com a dos países que teve que cruzar também) para manobras de sobrevôo a baixa altura ao final da cerimônia, completando um ciclo: dos judeus pobres, espancados, agredidos humilhados, enforcados, fuzilados, aos pilotos dos F14 Tomcats; das judias, nossas avós e bizavós, das moças que poderiam ter sido nossas mães e avós, nuas, na neve aguardando a bala que lhes terminaria o sofrimento às militares honradas, lindas cantando na cerimônia que você pode ver no vídeo em anexo. O brigadeiro que comandou o grupo de três aviões é descendente de primeira geração de sobreviventes do Holocausto.

Na época os agradecimentos ao governo polonês foram pouco, pois nós sempre achamos que algumas coisas vão durar muito tempo. Agora os agradecimentos são póstumos.



José Roitberg - jornalista

quinta-feira, abril 1

Sistemas de vigilância dos judeus são contra as leis internacionais

O principal fundo de pensão da Suécia retirou a empresa israelense Elbit de sua lista de investimentos e recomendações. A AP sueco foi o primeiro fundo de pensão do mundo, criado em 1913. A decisão do conselho de ética do AP segue-se à decisão semelhante tomada pela Noruega no final do ano passado. Ambas declaram que a Elbit, fornecedora de sistemas de vigilância para o muro-cerca de proteção em Israel e nos territórios, está em violando a lei internacional.

Evidentemente que poupar vidas judias não está agenda atual de Suécia e Noruega que preferem as constantes explosões de suicidas-homicidas palestinos em ônibus, bares e restaurantes em Israel que o muro e suas câmeras que impediram a continuação deste tipo de terror que levou a morte e ferimentos graves quase 10.000 israelenses.

Ah, entre os investimentos recomendados pelo AP estão a Saab, empresa sueca que não fabrica apenas carros e caminhões mas possui uma linha militar completa, incluindo o avião de combate Grippen que poderá ser comprado pelo Brasil e outras indústrias de armamentos européias e nórdicas.

Sistemas de vigilância para impedir a morte de judeus é violação das leis internacionais. Fábricas de armamentos de ataque não são... Bem aí estão as democracias sueca e norueguesa em ação.

O AP é um dos fundos que afundou até o pescoço na crise de 2008-2009 e está se recuperando lentamente.

José Roitberg - jornalista