sexta-feira, fevereiro 26

Aos 95 anos, atleta alemã judia recupera recorde nacional conquistado em 1936

Margaret Bergmann quebrou marca do salto em altura antes das Olimpíadas de Berlim, mas foi impedida pelos nazistas de competir. Domingo, no 'EE'

Guilherme Roseguini Especial para o GLOBOESPORTE.COM, em Nova York

O plano era ousado. Vencer a prova do salto em altura nos Jogos Olímpicos e constranger o ditador Adolf Hitler nas tribunas. Margaret Bergmann até tinha credenciais para executá-lo. Corria o ano de 1936, e ela era um dos maiores prodígios do esporte alemão. Era também judia em um país já dominado pela doutrina nazista.

Dois meses antes da abertura das Olimpíadas, no dia 30 de junho, Bergmann venceu com folga o Campeonato Alemão de Atletismo. Saltou 1,60m, recorde nacional. A vaga olímpica era sua. O plano estava de pé.

- Eu sonhava com os Jogos, sabia que podia vencer qualquer atleta. Mas meu mundo desabou logo depois - recorda Margaret, hoje com 95 anos.

 

Bergmann, 95 anos, hoje mora nos EUA

O motivo estava em um documento que chegou à sua casa duas semanas antes da abertura olímpica. Assinado por Karl von Halt, então dirigente máximo do Comitê Olímpico Alemão, o comunicado dizia que ela havia sido excluída da competição. Seu recorde também fora anulado.

- Queriam reduzir o número de judeus atletas dos Jogos a quase zero. Em troca, me ofereceram ingressos para ver as provas no meio do público. Claro que eu não fui.

Em seu lugar competiu uma fraude. Os alemães inscreveram um homem disfarçado de mulher – Herman Ratjen apareceu na prova como Dora Ratjen. Mas ele acabou apenas na quarta posição. A vitória ficou com a húngara Ibolya Csák, que saltou exatamente 1,60m (a mesma distância conseguida por Bergmann meses antes).

 

Divulgação/TV Globo

Margaret em ação na Alemanha, em 1936

Bergmann percebeu que a situação poderia piorar e decidiu fugir do país – seus familiares que ficaram morreram em campos de concentração. Ela embarcou em um navio pouco depois das Olimpíadas e aportou em Nova York. Queria retomar a carreira atlética, voltar a sonhar com o ouro olímpico. Ficou longe disso. Precisando de dinheiro na nova casa, trabalhou boa parte da vida como faxineira.

- Todas as vezes que eu via esporte na TV eu chorava. Chorava muito. Tudo o que vivi retornava à minha cabeça, como num caleidoscópio. Era horrível - conta, de Nova York, onde vive com o marido Bruno, de 99 anos.

Era preciso encarar os fantasmas para acabar com essas mágoas. E Margaret resolveu agir. A partir dos anos 80, passou a escrever cartas para dirigentes esportivos do mundo todo. Ela contava sua história, e pedia ao menos uma palavra de resignação da Alemanha e das autoridades olímpicas.

 

A atleta treina na Alemanha nazista

- Eles me deviam desculpas, e eu prometi que jamais descansaria sem recebê-las.

Margaret conseguiu, quase 75 anos depois de ser ultrajada pelos nazistas. Ela acaba de receber um documento da Associação de Atletismo Alemã com uma decisão surpreendente. Seu recorde obtido em 1936 foi revalidado. Ela foi reconhecida como melhor atleta daquele ano. A vaga olímpica era mesmo dela.

- A lista de recordistas do atletismo alemão jamais foi alterada. Mas agora a exceção se justifica. Você será lembrada para sempre - diz o documento.

Os detalhes dessa incrível saga vivida por Margaret Bergmann você conhece domingo, no "Esporte Espetacular".

http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Esporte_Espetacular/0,,MUL1504387-16321,00-AOS+ANOS+ATLETA+ALEMA+JUDIA+RECUPERA+RECORDE+NACIONAL+CONQUISTADO+EM.html


segunda-feira, fevereiro 22

Hungria aprova lei que penaliza negação do Holocausto

Obs Vaad Hashoa: o número citado abaixo de 800 mil judeus na Hungria, não é um número correto. A Hungria foi aliada da Alemanha até 1944, quando foi ocupada e seus judeus começaram a ser deportados para a morte em Auschwitz. Em 1941 um censo na Hungria definiu cerca de 840 mil cidadãos como judeus "de acordo com as leis de puresa racial da Alemanha", não de acrodo com as leis judaicas, o que implica em definir como judeu quem tinha pelo meno um dos quatro avós judeu, não importando aí qual era a sua religião e criação ou a de seus pais.

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4279373-EI8142,00-Hungria+aprova+lei+que+penaliza+negacao+do+Holocausto.html
 
O Parlamento da Hungria aprovou nesta segunda-feira em Budapeste uma lei que penaliza a negação do Holocausto na Segunda Guerra Mundial com até três anos de prisão. Segundo a lei, que foi proposta pelo governante partido social-democrata, negar em público o Holocausto ou apresentá-lo "como algo insignificante" poderá ser uma infração passível de pena.
 
Para os social-democratas, a lei é necessária na Hungria devido ao crescente antissemitismo na vida cotidiana. Entretanto, a maioria social-democrata no Parlamento rejeitou a proposta da oposição conservadora que previa a penalização da negação dos "crimes contra a humanidade dos regimes nacional-socialistas e comunistas".
 
Estiveram presentes à votação de hoje representantes das organizações judaicas do país, assim como sobreviventes do Holocausto. Durante a Segunda Guerra Mundial, quase 600 mil dos 800 mil judeus húngaros foram assassinados pelos nazistas.
 
A maior parte destas pessoas foram deportadas e assassinadas em campos de extermínio de Áustria, Alemanha e Polônia, principalmente no campo polonês de Auschwitz. Apenas 130 mil judeus húngaros sobreviveram ao Holocausto. Atualmente, a comunidade judaica do país conta com cerca de 100 mil pessoas.

Ataque contra Sinagoga no Cairo

Houve uma explosão de bomba artesanal na porta do que a nota do site messiânico chama  "mais proeminente sinagoga" do Cairo - conhecida como "A Grande Sinagoga do Cairo" - fechada nos dias normais mas que funcionaria nas festividades judaicas. É uma sinagoga com 102 anos e se chama Shaar Hashamayim.

Sinceramente, cerio que nos últimos 20 anos é a primeira vez que escuto falar uma sinagoga sobrevivente e ativa no Cairo e muito menos de judeus vivendo lá. Numa informação rápida da Wiki, sem certeza, haveria entre 20 a 40 judeus no Cairo.

O ataque foi no domingo dia 22.

http://www.israeltoday.co.il/default.aspx?tabid=178&nid=20618

Notícia da AFP publicada em mais de 350 mídias fom foto

http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jKPV0G_DVvOrJKkYbsmCv6JakT4Q

http://en.wikipedia.org/wiki/Sha%27ar_Hashamayim_Synagogue_%28Cairo%29

Headline News
Monday, February 22, 2010 Israel Today Staff

Cairo synaoguge bombing does not alarm local Jews

Israelis living in Cairo and the small local Jewish community told Israeli media that they were not alarmed by Sunday's bombing of a prominent synagogue in the Egyptian capital.

In the attack, an Egyptian Arab man hurled a homemade bomb consisting of several gas canisters at the entrance of the synagogue. There were no injuries in the attack.

Due to the miniscule number of Jews remaining in Egypt, the synagogue is no longer used as a daily place of worship, though it does host Jewish holiday events.

Local Jews and resident Israelis said they did not view the attack as reason to take any additional precautions, noting that they have long known Egypt is not the most friendly place for a Jew to live.

While Egypt is officially at peace with Israel, state-controlled media organs regularly incite hatred against the Jewish state and the Jews in general.


sábado, fevereiro 20

Israel exporta opressão para o Brasil


(clique na imagem para alta-resolução)

Continuando com sua militância anti-judaica no Brasil e do Brasil para o exterior, o cartunista carioca Carlos Lattuf desta vez se integra ao filão de incentivar a criação e amplificação do sentimento anti-Israel e anti-judaico nas populações pobres de nossas cidades.

Há um forte movimento anti-policial no Brasil, principalmente no RJ com ramificações em SP, onde a defesa do crime e da desordem, a verdadeira apologia ao confronto e ao desrespeito a lei impera. Agora o cartunista radicalizado que não pretende ser um cidadão que segue e ajuda a manter as leis do país, cria um factóide divulgado abertamente pelos círculos anti-lei brasileiros de que os aviões não tripulados de vigilância que as polícias brasileiras estão comprando de Israel são para matar favelados e não para caçar traficantes e outros criminosos.

A visão racista deste antigo cartunista, cujo traço e criatividade geniais estão a serviço do anti-estado, da anti-lei, da revolução contra a burguesia, da qual ele se esquece que faz parte, se consolida quando ele, em sua pena de nanquim confunde entre os trabalhadores desgraçadamente favelados por políticas eleitoreiras brasileiras, os criminosos, os marginais, os fora da lei.

Ao escrever "matar favelados" ele nivela 99% de gente boa, humilde, trabalhadora e sofrida, com uma corja de marginais que se esconde entre eles, que os ameaça com táticas mafiosas e terroristas, que os assusta e mata para garantir seu lucro, que os vicia nas drogas e vicia a seus filhos, que remove um brinquedo e coloca uma pistola na mão de crianças, removendo suas infâncias, transformando-as em soldados da droga, em "aviões tripulados do crack" - Será que Lattuf algum dia fará um belo cartum contra o domínio do crime em nossas favelas? Ou será que acha isso tudo correto? Que diferença pode ter para ele criar um garoto suicida de arma na mão no Complexo do Alemão ou na Faixa de Gaza? Fazer crescer crianças sem futuro que morrerão em um confronto armado? Não dar escolha de viver e ser cidadão, mas apenas de ter uma vida curta e fatal em benefício de lideranças terrorista e criminosas?

Olhe só a cara do policial no desenho: uma visão de um sanguinário, uma tragédia estereotipada e não o braço da lei, o policial amigo, o sujeito que tem família, ganha mal e literalmente se mata, por mim e por você também enquanto você o critica desta forma horrorosa.

Parabéns Latuff. Seus desenhos continuam lindos e impressionantes. Apesar de eu me posicionar contra seu radicalismo eu admiro sua capacidade criadora. Se fosse para o bem, para a lei, para a crítica política e construtiva, então seria um sujeito espetacular. Talvez um dos maiores cartunistas brasileiros.

José Roitberg - jornalista

Um dos mais podres negacionistas do Holocausto volta a ação

Está prevista para o dia primeiro de março a libertação do revisionista mentiroso e caluniador do Holocausto e suas vítimas, o canadense Ernst Zundel, 69. Cumpria pena de 5 anos na Alemanha por incitamento ao ódio racial. Foi extraditado do Canadá em 2005. Zundel é tão picareta que em seus livros e textos define Hitler como "um homem de paz..."

Da mesma foram que aconteceu com o proprietário da Rádio Islã na Suécia, muito mais racista que Zundel, as penas atribuídas na Europa para racistas, caluniadores e mentirosos é muito baixa. Elas são cumpridas enquanto os sites e atividades dos condenados continuam no ar e ao sair da cadeia, voltam imediatamente a cometer os mesmo crimes e fica tudo por isso mesmo, até porque em todos os países democráticos ninguém pode ser condenado mais de uma vez pelo mesmo crime.

Só que a justiça ocidental ainda não compreendeu o carácter da Internet de "crime continuado." Na minha visão, que não é a dos Estados ocidentais e dos juristas, um texto criminoso que leva alguém a uma condenação e permanece desde então disponível na Internet é um crime a cada instante e não o "mesmo crime."

No Brasil as coisas são exatamente iguais e temos S.E Castan condenado em última instância no STF não cumprindo pena devido a sua idade avançada (mais de 80 anos) e seus livros, a partir dos quais foi condenado não deixaram de ser comercializados por sua editora por um instante sequer seja pela Internet, sejam travestidos de livros usados em feiras de livro e sebos, onde se encontra as publicações além de usadas, absolutamente novas, burlando totalmente a lei e a condenação de forma permanente e continuada.

Radio Islan, Jewatch e Zundelsite são os mais antigos locais de racismo anti-judaico na Internet, no ar desde que a internet existe. E com o crime de seus proprietários, idealizadores, mentores e financiadores, já pagos vão ficar impunes em definitivo.

Se vc não conhece vale a pena ver essa vertente do negacionismo do Holocausto em http://www.zundelsite.org/

Os delírios de perseguição destes crápulas são tão vergonhosos que estampa na primeira página que é um prisioneiro de consciência da Alemanha controlada pelo sionismo...

José Roitberg - jornalista e coordenador do Vaad Hahsoa Brasil - Comitê do Holocausto Brasil

Obra que retrata religiosos empilhados é criticada na Espanha

Obra que retrata religiosos empilhados é criticada na Espanha

Publicação: 19/02/2010 07:35 Atualização: 19/02/2010 07:49



Escultura ganhou o sugestivo nome de Stairway to Heaven - (ARCO, Galeria ADN, Eugenio Merino)
Escultura ganhou o sugestivo nome de Stairway to Heaven

Uma escultura que traz elementos religiosos católicos, judeus e muçulmanos foi vendida em três minutos na feira de arte contemporânea de Madri, Arco 2010, e se tornou a obra de arte mais polêmica do evento.

Chamada Stairway to Heaven (Escadaria para o Paraíso), a obra do artista espanhol Eugenio Merino retrata três homens rezando, um em cima do outro: um muçulmano, sobre ele um sacerdote católico e acima dos dois um rabino judeu, todos eles segurando os livros sagrados de suas religiões – o Alcorão, a Bíblia e a Torá.

A obra foi vendida por 45 mil euros (R$ 112 mil) a um colecionador belga cuja identidade não foi divulgada. A escultura provocou a ira dos fiéis na Espanha e recebeu queixas oficiais. Ao lado dela, aparece outra escultura que une uma metralhadora Uzi com uma menorá (candelabro ritual judaico).

A primeira reclamação saiu da embaixada de Israel em Madri. Em uma nota à direção da feira, o governo do Estado judaico diz que as peças "contêm elementos ofensivos para judeus, israelitas e certamente para outros."

A embaixada classificou as esculturas como "uma mensagem cheia de preconceitos, estereótipos, provocações gratuitas e que fere a sensibilidade por muito que pretenda ser uma obra artística".

A Conferência Episcopal da Espanha também reclamou. Através de comunicado à Arco os representantes do alto clero descreveram a peça com os religiosos como "provocação blasfema absolutamente desnecessária".

'Mentes fechadas'

Mas apesar das reclamações feitas logo no primeiro dia do evento, a galeria espanhola ADN, que representa o autor, não tem medo de represálias e afirma não entender a polêmica levantada pela escultura.

O proprietário da galeria, Miguel Ángel Sanchez, disse à BBC Brasil que a peça "deveria ser vista pelo lado positivo de um encontro religioso porque não há nada de ofensivo ali".

Já o autor da escultura acha que o problema "não é a obra dele", mas as interpretações que possam ser feitas "por mentes fechadas". "Cada um é livre para pensar o que quiser. Fiz uma peça que fala da unidade de religiões. Uma torre com as três grandes religiões que se juntam para chegar ao mesmo fim, que é Deus", disse Merino à BBC Brasil.

"Mas se as mentes fechadas querem ver outra coisa, aceito a crítica. Só que eles também têm que aceitar meu trabalho", afirmou o artista. Merino admite, no entanto, que a segunda escultura, que mistura a arma com o candelabro, possa afetar a sensibilidade de alguns fiéis.

"É verdade que a metralhadora é uma Uzi, uma arma de Israel famosa nos conflitos com os palestinos. Mas a intenção foi reciclar os elementos para transformar em uma coisa que não mata. No fundo a peça trata da paz", disse ele à BBC Brasil.

A feira de arte contemporânea de Madri, Arco, é uma das duas maiores do mundo e já está na 29ª edição. Neste ano, o evento termina no próximo dia 21, embora para o público fique aberta até o dia 19.

http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/02/19/noticia_internacional,i=148400/OBRA+QUE+RETRATA+RELIGIOSOS+EMPILHADOS+E+CRITICADA+NA+ESPANHA.shtml


'Jud Suss', auge e queda de um ator durante o nazismo, na Berlinale

BERLIM — O filme "Jud Suss, auge e queda", do diretor alemão Oskar Roehler - que conta a vida do ator Ferdinand Marian, quem, em 1939, foi protagonista de uma fita de propaganda nazista, promovida por Joseph Goebbels - destacou-se nesta quinta-feira, em Berlim, onde disputa o Urso de Ouro.

Mostra como vive a elite nazista e, em especial, a relação de Goebbels, ministro de propaganda de Adolf Hitler, com os artistas e o mundo do cinema em Berlim, durante a Segunda Guerra, reconstruindo a execução do filme antissemita estrelado em 1940 no primeiro Festival de cinema de Veneza.

Durante o nazismo, o ator Ferdinand Marian (Tobias Moretti) era um dos melhores de sua geração. Era casado com uma bela judia, Anna (Martina Gedeck). Enquanto a filha do casal aprendia cantos e poemas nazistas na escola, eles escondiam um velho ator judeu em sua casa.

Segundo o roteirista Klaus Richter, que escreveu o argumento há oito anos, baseando-se em fatos históricos muito precisos, Hitler ordenou a Goebbels que se encarregasse de fazer uma fita de conteúdo nacional-socialista para desprestigiar os judeus; mas deveria fazê-lo com sutileza, para que não fosse percebido como "propaganda barata".

Goebbels escolheu o ator Ferdinand Marian - que, primeiro, se negou - para o papel de Joseph Suss Oppenheimer, conhecido como "Jud Suss", famoso por ter conseguido aumentar com impostos impopulares os recursos financeiros do ducado de Wurttemberg no século XVIII, tendo sido depois enforcado por acusação de alta traição.

A vida de Oppenheimer inspirou um romance em 1827, adaptado pelo cineasta Veit Harlan em 1940. Seu filme foi amplamente divulgado em toda a Europa, recebendo elogios, na época, de um jovem crítico de cinema italiano chamado Michelangelo Antonioni.

O cineasta Oscar Roehler disse que escolheu fazer o filme com a tentativa de reconstruir o mundo do cinema alemão da época, cheio de autossatisfação e arrivismo.

"Foi depois da Noite de Cristais (o pogrom de 1938 contra os judeus na Alemanha e Áustria). Já se sabia o que estava acontecendo, a perseguição aos judeus. Hitler reprovou a Goebbels não haver filmes nacional-socialistas que exaltassem a glória da Alemanha", declarou Roehler.

Moritz Bleibtreu, o ator que interpreta Goebbels, disse que "Jud Suss" permite aos alemães "atrever-se a olhar de outra forma a própria história, para distanciar-se dela sem esquecê-la".

Roehler disse que sua versão do filme antissemita de 1940 pretendia mostrar "o drama de um ser humano, o ator Ferdinand Marian, sua contradição, sua ingenuidade ao pensar que poderia trabalhar artisticamente num filme de propaganda antissemita sem causar dano aos judeus".

quarta-feira, fevereiro 17

Judeus não podem falar... Na Califórnia.


No dia 8 de fevereiro o Embaixador de Israel nos Estados Unidos era convidado como palestrante na universidade Irvine na Califórnia, mas estudantes muçulmanos seguindo os ares islamo-facistas bem divulgados em todo o mundo não aceitaram "deixar o judeu falar", pois a verdade é apenas sua e de sua religião...

Resultado: 11 presos. Veja como foi. Isso ainda vai acontecer onde você estiver... A posição da direção da Irvine foi correta.

sexta-feira, fevereiro 12

O Carnaval Nazista

Siobhán Dowling
do Der Spiegel


O Carnaval alemão é uma expressão de diversão anárquica e de gozação daqueles que estão no poder. Mas os nazistas buscaram explorar o potencial das festividades para seus próprios fins. Carros alegóricos antissemitas e discursos atacando os inimigos da Alemanha eram comuns e uma reação contrária era rara.



Carro alegórico antissemita em Colonia em 1934

Era segunda-feira de Carnaval na cidade alemã de Colônia e as festividades de 1934 estavam em andamento. Dentre os muitos carros alegóricos que participavam do desfile tradicional, um exibia um grupo de homens vestidos como judeus ortodoxos. A faixa acima deles dizia: “Os Últimos Estão Partindo”. Afinal, aquele era o Carnaval sob o Terceiro Reich.

O carro alegórico foi uma das muitas expressões de antissemitismo que marcaram o período de Carnaval na Alemanha durante os anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial. Outro carro alegórico de 1935 parece um terrível arauto do Holocausto que viria. Em Nuremberg, onde as infames leis raciais antissemitas seriam introduzidas posteriormente naquele ano, uma figura em papel machê de um judeu estava pendurada em um modelo de moinho como se fosse uma forca.



 Carro alegórico antissemita em Colonia em 1936 na Parada das Rosas elogiando a perda de direitos políticos e sociais dos judeus

Até recentemente, era quase tabu falar sobre o Carnaval alemão e os nazistas na mesma frase. O Carnaval, o festival pré-Quaresma celebrado no oeste e sul predominantemente católicos da Alemanha, exibe um lado alegre, bem-humorado e ruidoso da Alemanha. Nada poderia ser mais distante dos horrores perpetrados pelo regime de Hitler.

Mas os nazistas “perceberam rapidamente o potencial do Carnaval”, diz o jornalista e historiador Carl Dietmar. Ele e o colega historiador Marcus Leifeld discutem este aspecto da Alemanha Nazista em seu novo livro, “Alaaf and Heil Hitler: Carnival in the Third Reich”. Pesquisando os arquivos das organizações carnavalescas, eles descobriram o quanto os nazistas conseguiram exercer controle sobre a festa.

‘Surpreendentemente heterogêneo”

Os nazistas viram que a tradição do Carnaval poderia ser usada para retratar suas noções de “Volk”, ou nação, alemã. Mas sua diversão anárquica e potencial de zombar daqueles no poder era algo que buscaram controlar rigidamente. Desde o início do regime nazista em 1933, havia ordens para não mencionar Hitler durantes as festividades. E os muitos encarregados pela organização do festival –os presidentes dos comitês, os chamados “Büttenredner” (animadores do carnaval) e aqueles que criavam os carros alegóricos– eram todos cuidadosos em obedecer essa ordem.



Desenhos de um carro alegórico de 1935 retratando quem fugiu da Alemanha nazista "Refugiados sob os tetos de Paris"

No geral, a nazificação da tradição foi um processo gradual e incompleto. A pergunta é quanto o Carnaval se tornou nazificado de um clube a outro, de uma cidade para outra. “É surpreendente quão heterogêneo era”, disse Leifeld para a “Spiegel Online”. As pessoas encarregadas pelo Carnaval refletiam uma sociedade mais ampla. Havia nazistas convictos e pessoas que apenas obedeciam as ordens. Também havia disputas dentro dos clubes, apesar de raramente refletirem qualquer questionamento fundamental da ideologia nazista; eram principalmente desentendimentos sobre quanto à tradição deveria ser mantida e quão longe as coisas deviam mudar para refletir a nova era.

Os autores também acabaram com o mito de que em Colônia, os organizadores do Carnaval de alguma forma resistiram à tomada pelos nazistas. A famosa “Narrenrevolte” (“A revolta dos bobos da corte”) de 1935, na qual o comitê local se recusou a se deixar assumir pela organização de lazer nazista Kraft durch Freude, foi apenas uma forma de manter o poder e os lucros consideráveis arrecadados durante as festividades, disse Dietmar à “Spiegel Online”. De forma semelhante, o presidente do comitê do Carnaval de Colônia era membro do partido nazista desde 1932 –mas isso não o impediu de retornar ao comando da organização do evento anual após a Segunda Guerra Mundial.



 O ministro nazista da propaganda, Paul Jospeh Goebells (sentado à dir)
se divertindo com o desfile de carnaval em Colônia 1935

Mas ocorreram alguns casos raros de desafio. Por exemplo, um grupo carnavalesco em Frankfurt ousou imprimir propagandas em um jornal mostrando o führer como bobo da corte carnavalesco. Uma equipe de nazistas foi imediatamente enviada para destruir o carro alegórico do clube e prender os editores, que passaram três semanas na prisão.

O famoso animador do Carnaval de Colônia, Karl Küppner, também teve problemas com as autoridades após fazer piadas demais sobre os nazistas. Em uma ocasião, ele estendeu a mão para fazer a saudação de Hitler e brincou: “Parece que vai chover”. Küppner acabou na prisão e foi proibido de continuar animando o Carnaval.

E o presidente do comitê do Carnaval de Düsseldorf, Leo Statz, pagou o preço mais caro por sua irreverência. Ele incomodava repetidamente os nazistas com suas canções carnavalescas satíricas e, em 1943, após questionar embriagado se a Alemanha venceria a guerra, ele foi preso pela Gestapo e acabou executado.

Mas estas foram exceções. No geral havia um alto grau de submissão ao regime. “Havia piadas em quase toda animação de Carnaval sobre os judeus e os inimigos, como os franceses ou russos”, diz Dietmar. Muitos dos carros alegóricos zombavam da Liga das Nações e os alvos favoritos de ódio eram os políticos americanos, como o prefeito de Nova York, Fiorello La Guardia, cuja mãe era judia.
Mas os nazistas também desconfiavam da tradição do Carnaval de desobediência atrevida em relação aos detentores do poder. Em grande parte organizado pela classe média baixa, o Carnaval era tradicionalmente uma das poucas formas de expressar as críticas contra os governantes autoritários.


 
Em 1933 Hitler determinou que sua imagem não poderia ser usada em
carros alegóricos ou no Carnaval. Nesta capa de revista da época e aparece
em um baile de Carnaval. Parece que em 2007, o carnavalesco da Viradouro
não conhecia essa determinação do próprio Adolf...


Os nazistas fizeram todos os esforços para domar os aspectos rebeldes do festival. Eles enfatizavam o desfile organizado e desencorajavam o aspecto de festa de rua das festividades. Durante o Carnaval, imagens de líderes nazistas tinham que ser retiradas por temor de que pudessem ser desfiguradas por foliões bêbados.

O Terceiro Reich tentou transformar a celebração em outro tipo de performance, semelhante aos comícios nos quais os nazistas demonstravam excelência. Os carnavais deles tinham “menos humor e mais pompa”, diz Leifeld. Por exemplo, a chamada Proclamação do Príncipe, que ocorre até hoje no Carnaval alemão, foi uma invenção nazista. Eles desencorajavam a tradição de pessoas se vestirem como o sexo oposto, devido à conotação homossexual. Também acabou a tradição de um homem vestido como mulher como parte do trio que liderava o desfile em Colônia. De 1936 em diante, esses papéis eram exclusivos das mulheres.

Para o regime, o Carnaval era uma ferramenta útil de propaganda para o mundo exterior. Havia repetidas referências aos empregos criados e ao crescimento econômico. Os nazistas lançaram uma campanha de propaganda para atrair turistas estrangeiros e mostrar o país sob uma luz favorável, a imagem de “alemães pacíficos, que não queriam guerra, apenas se divertirem”, diz Leifeld.
A campanha funcionou, com muitos turistas estrangeiros viajando para a Alemanha para o Carnaval, particularmente vindos da Holanda. Mais de 1 milhão de turistas teriam visitado Colônia no último Carnaval antes da guerra, em 1939.


Bonde de propaganda para festas de Carnaval da Organização Todd (a ala de convocação para o trabalho pelo Estado) em Colônia em 1935

A história do Carnaval reflete de muitas formas o processo pelo qual os nazistas tomaram a sociedade como um todo, diz Leifeld. Foi um processo lento mas contínuo, e não uma transformação completa do dia para a noite em 1933, quando os nazistas chegaram ao poder. A exclusão gradual dos judeus dos carnavais é uma indicação desse processo. Desde o século 19, muitos judeus exerciam papéis proeminentes nos carnavais, como por exemplo em Koblenz e Freiburg, e os judeus até mesmo fundaram seu próprio clube carnavalesco em Colônia, em 1922. Mas depois de 1930, o presidente desse clube emigrou para Los Angeles e, em 1935, cada clube teve que declarar que era completamente ariano.

Foi apenas nos últimos 10 anos, aproximadamente, que as pessoas começaram a demonstrar interesse por este aspecto esquecido da história alemã, em vez de desejar varrê-lo para baixo do tapete, diz Dietmar. As pessoas em Colônia e no restante da Alemanha querem saber a respeito da vida cotidiana durante o Terceiro Reich, sobre como eram as coisas localmente, diz Leifeld.

A história do Carnaval mostra de certa forma que os nazistas não eram forasteiros que repentinamente impuseram seu regime à Alemanha em 1933, mas que foi um processo gradual de “giro do parafuso”, até a sociedade se tornar nazificada, argumenta Leifeld.
“Eles não eram alienígenas do espaço”, ele diz. “Eles faziam parte da sociedade.”

http://www.24horasnews.com.br/index.php?tipo=ler&mat=319551


quinta-feira, fevereiro 11

O risco de um novo Holocausto

Paulo Nogueira
 Reprodução
Paulo Nogueira, correspondente de ÉPOCA em Londres, mantém o blog Diário do Centro do Mundo

Vídeos amadores de soldados alemães veiculados recentemente numa série de programas pela BBC oferecem um olhar renovado à maior tragédia do século passado, a Segunda Guerra Mundial. Neles se vê, por exemplo, o passeio que as tropas alemãs deram em sua campanha rumo à França. Eram soldados altamente treinados e doentiamente patrióticos, com técnicas e armas inovadoras. Enfrentaram, na viagem a Paris, divisões francesas em que os combatentes eram, em número expressivo, desmotivados e destreinados homens recrutados pela França em colônias como o Marrocos. Os filmes mostram, rendidos, soldados da França caminhando cabisbaixos não com capacete, mas com turbantes, cofiando barbas desgrenhadas, numa quase comédia em que uma parte guerreava e a outra brincava de guerrear.

Há também muito material sobre uma campanha bem mais complicada para a Alemanha, a da Rússia. A dose de sangue aumenta consideravelmente. As tropas vão seguindo rumo a Moscou e, em seu avanço a princípio tranquilo, é seguida de esquadrões paramilitares que vão matando os judeus encontrados pelo longo caminho. Uma cena conta tudo. Um caminhão chega com sua carga humana, encaminhada para uma trincheira. São civis, não têm armas e é impossível que oponham resistência. São fuzilados nas covas que tinham sido cavadas por outras pessoas na mesma situação, sob a indiferença dos circunstantes. Morriam porque eram judeus. Não fossem a neve e as temperaturas de até menos 50 graus, Moscou talvez caísse como Paris.

São imagens vitais num momento em que um horror quase semelhante ao Holocausto ameaça se propagar pelo mundo: a negação histórica do próprio Holocausto. Os últimos sobreviventes do maior genocídio que a humanidade conheceu vão morrendo: já se passaram 65 anos desde o final da guerra, afinal. E seu testemunho corre o risco de ser mitigado por pseudo-historiadores e antissemitas de natureza variada que tentam diminuir o que não pode ser diminuído. Um dos casos mais notáveis é o bispo católico Richard Williamson, excomungado pela negação do Holocausto e reabilitado por Bento XVI há um ano. Considerado o desconforto que existe em torno da atitude da Igreja Católica de duvidosa coragem durante o massacre dos judeus, a reabilitação não poderia ser mais inoportuna e mais inconveniente.

Hitler, muito antes de chegar ao poder em 1933, já publicara seu ódio sem limites contra os judeus em Mein Kampf, lançado em meados dos anos 20. Ele repetidamente afirma a intenção de exterminar os judeus. No poder, foi o que fez. "Ninguém anunciou tanto suas intenções como eu", disse Hitler. É verdade. Não houve surpresa no assassinato em massa que promoveu. Em 1943, numa conversa secreta com jornalistas alemães selecionados, o chefe nazista Goebbels afirmou. "Em 1933, um premiê francês deveria ter dito (e eu se estivesse em seu lugar o teria dito): 'O novo chanceler é o homem que escreveu Mein Kampf. Esse homem não pode ser tolerado em nossas redondezas'."

Foi tolerado não apenas pelos franceses, é certo, e promoveu a matança que prometera até o último segundo em que teve poder de ceifar vidas. O mundo já cometeu um erro de perspectiva monstruoso ao deixar o caminho livre para Hitler. Negar ou mesmo atenuar o que a Alemanha nazista fez aos judeus seria, agora, um outro crime absurdo.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI120448-15230,00-O+RISCO+DE+UM+NOVO+HOLOCAUSTO.html

terça-feira, fevereiro 9

"Frei" Boff com um texto interessante sobre o Holocausto

Pensar o ser humano depois de Auschwitz e do Holocausto

Teólogo - Leonardo Boff

Recordamos neste ano os 65 anos do Holocausto. É terrificante a inumanidade mostrada nos campos de extermínio, especialmente em Auschwitz, na Polônia. A questão chegou a abalar a fé de judeus e de cristãos, que perguntaram: como pensar Deus depois de Auschwitz? Até hoje, as respostas, seja de Hans Jonas do lado judeu, seja de J. B. Metz e de J. Moltmann do lado cristão, são insuficientes. A questão é ainda mais radical: como pensar o ser humano depois de Auschwitz?

É certo que o inumano pertence ao humano. Mas quanto de inumanidade cabe dentro da humanidade? Houve um projeto concebido pensadamente de redesenhar a humanidade. No comando devia estar a raça ariana-germânica, algumas seriam colocadas na segunda e na terceira categoria, e outras, feitas escravas ou simplesmente exterminadas. O nacional-socialismo tinha a clara consciência da inversão total dos valores. O que seria crime se transformou em virtude.

O livro mais perturbador que li e que não acabo nunca de digerir se chama: "Comandante em Auschwitz: notas autobiográficas de Rudolf Höss"(1958). Durante os dez meses em que foi interrogado pelas autoridades polonesas em Cracóvia, em 1946-1947, e finalmente sentenciado à morte, Höss teve tempo de escrever como enviou 2 milhões de judeus às câmaras de gás. Aí se montou uma fábrica de cadáveres que assustava aos próprios executores. Era a "banalidade da morte" de que falava Hannah Arendt.

Mas o que mais assusta é seu perfil humano. Não unia o extermínio em massa aos sentimentos de perversidade, sadismo e brutalidade. Ao contrário, era carinhoso com a mulher e filhos, consciencioso, amigo da natureza, um pequeno-burguês normal. Antes de morrer, escreveu: "A opinião pública pode pensar que sou uma béstia sedenta de sangue, um sádico perverso e um assassino de milhões. Mas ela nunca vai entender que esse comandante tinha um coração e que ele não era mau". Quanto mais inconsciente, mais perverso é o mal.

Eis o que é perturbador: como pode tanta inumanidade conviver com a humanidade? Não sei. Suspeito que aqui entra a força da ideologia e a total submissão ao chefe. A pessoa Höss se identificou com o comandante e o comandante com a pessoa. A pessoa era nazista no corpo e na alma e radicalmente fiel ao chefe. Recebeu a ordem do Fuhrer de exterminar os judeus, então não se deve pensar: vamos exterminá-los. Nunca se questionou porque "o chefe sempre tem razão". Uma leve dúvida era sentida como traição a Hitler.

Mas o mal também tem limites e Höss os sentiu em sua pele. Sempre resta algo de humanidade. Ele mesmo conta: duas crianças brincavam. Sua mãe era empurrada para dentro da câmara de gás. As crianças foram forçadas a irem também. "O olhar suplicante da mãe - comenta Höss -, nunca esquecerei". Os policiais os jogaram na câmara de gás. Muitos dos executores não aguentavam tanta inumanidade e se suicidavam. Ele ficava frio e cruel.

Estamos diante de um fundamentalismo extremo que se expressa por sistemas totalitários e de obediência cega, sejam políticos, religiosos ou ideológicos. A consequência é a produção da morte dos outros.

Esse risco nos cerca, pois demo-nos hoje os meios de nos autodestruir, de desequilibrar o sistema Terra e de liquidar, em grande parte, a vida. Só potenciando o humano com aquilo que nos faz humanos como o amor e a compaixão podemos limitar a nossa inumanidade.

http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdEdicao=1562&IdColunaEdicao=10802

segunda-feira, fevereiro 1

Horrores da Segunda Guerra em exposição no Recife

Horrores da Segunda Guerra em exposição

JC Online

http://jc.uol.com.br/canal/lazer-e-turismo/noticia/2010/01/30/horrores-da-segunda-guerra-em-exposicao-212583.php 

Moradores e visitantes do Recife têm até 31 de março para ver duas exposições internacionais sobre os horrores do Holocausto, como ficou conhecido o extermínio de seis milhões de judeus e de outros grupos indesejados do regime nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As mostras, com entrada gratuita, estão em cartaz desde quinta-feira passada no Bairro do Recife e só no primeiro dia foram contempladas por 135 pessoas.

Uma das exposições é o testemunho do sofrimento de crianças judaicas de nacionalidade checa, prisioneiras na cidade de Terezín (Praga). Elas produziram desenhos, colagens e pinturas durante a permanência no campo de concentração. Parte do trabalho está disponível na Casa da Fundação Safra, na Rua do Bom Jesus, 191. Dos 15 mil meninos e meninas segregados em Terezín, pouco mais de cem sobreviveram.

O Museu Judaico de Praga, proprietário da mostra Os desenhos das crianças de Terezín, enviou 78 quadros ao Recife. Em sete peças a etiqueta identifica o autor como sobrevivente. "Nosso objetivo é tornar público o que foi feito e esperar que isso não se repita nunca mais. Pode ser pretensioso, mas cada um faz a sua parte", declara o ator Germano Haiut, responsável pela vinda das exposições.

Na Galeria Regional Nordeste (Rua do Bom Jesus, 237), o público verá a mostra Anne Frank – Uma História para Hoje, composta de 30 painéis com a história da adolescente alemã que morreu de febre tifoide no campo de concentração de Bergen-Belsen.

A exposição, criada em 1996 pela fundação que leva o nome da jovem, em Amsterdã (Holanda), é itinerante e se apresenta em 20 línguas. "Essa história é muito bem documentada. Queremos chamar a atenção para questões ligadas a tolerância, paz e direitos humanos", destacam Anja Witzel, coordenadora pedagógica da Casa de Anne Frank na Alemanha e Joëlke Offringa, do Instituto Plataforma Brasil.

Germano Haiut informa que as mostras fazem parte do projeto Paralelos, que tem como meta divulgar o valor da tolerância entre os povos. As exposições ficam abertas de segunda a sexta, das 8h às 18h, e nos domingos à tarde. Por causa do Carnaval, as visitações serão suspensas de 6 a 21 de fevereiro.

Hoje, o Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco encerra a mostra Ao Recife o que o Recife não conhece, no Paço Alfândega, sobre a presença judaica no Estado. Faz parte da programação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, 27 de janeiro. "Os acontecimentos históricos que marcaram tantas gerações geram revoltas. Hoje, esse ressentimento vem sendo trabalhado na construção de caminhos para uma convivência entre culturas, respeito às diferenças étnicas e sociais", diz a presidente do Arquivo, Tânia Kaufman.