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sexta-feira, 30 de abril de 2010
O Dia Municipal da Lembrança, comemorado hoje, foi tema de solenidade realizada ontem na Faculdade Anhanguera de Piracicaba. No evento, os jovens universitários puderam conhecer um pouco da história da Segunda Guerra Mundial, em especial dos judeus que sofreram com o regime nazista, por meio do depoimento de Rita Braun e Arie Yaari, sobreviventes do Holocausto.
Rita Braun e Arie Yaari contaram um pouco das suas experiências pessoais aos jovens presentes. Os dois sobreviventes nasceram na Polônia, em cidades diferentes, e cada um, ao seu modo, teve de enfrentar as barbáries impostas pelo regime nazista da época.
Hoje com 80 anos, Henrietta Braun, conhecida como Rita, tinha apenas nove quando a guerra começou. Segundo ela, a Polônia se tornou um campo de batalha para russos e alemães.
A família de Rita teve de passar três anos morando em um gueto, bairro em que os judeus ficavam isolados e só eram autorizados a sair para o trabalho. Também passaram dois anos mudando de cidade em cidade com documentos falsos para fugir dos nazistas.
Na época, como Rita era criança, passava os seus dias no gueto, onde não havia comida. "Vasculhava o lixo dos alemães, pegava os ossos que eram jogados aos cachorros, grama ou membrana de fígado — que ainda tinha um pouco de carne — e cozinhava", contou.
O também polonês Arie Yaari, 88, foi escolhido aos 17 anos para "trabalhar por três meses na Alemanha". "Quando os alemães chegaram à minha cidade, bateram em todas as casas pedindo as famílias que indicassem um membro para ser levado por eles. Diziam-nos que era para trabalhar", lembrou. Yaari, que tinha um irmão mais velho e um ainda criança, foi o escolhido.
Yaari passou por 11 campos de trabalhos forçados e de concentração nazistas, onde passou fome e foi torturado durante cinco anos. Quando questionado sobre como sobreviveu, ele diz que "teve uma proteção divina, pois não tem explicação".
Para ilustrar o fato, Yaari lembra da ocasião em que o campo em que estava foi bombardeado enquanto ele e um amigo carregavam o caldeirão para servir o jantar aos demais. "Pensei, já que vou morrer, que seja de barriga cheia. E fiquei ali, comendo com as mãos enquanto todos corriam", contou. Yaari foi um dos poucos sobreviventes ao ataque.
A DATA - O Dia da Lembrança é comemorado em Piracicaba desde 2008, após a aprovação de uma lei do vereador João Manoel dos Santos (PTB). A comemoração é feita em parceria com a Federação Israelita do Estado de São Paulo. "O objetivo é divulgar a história e evitar que ela se repita", disse Santos. (Camila Souza)
segunda-feira, maio 3
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