sábado, março 6

Antigo campo de concentração é vandalizado na Áustria

Vaad Hahshoa Brasil: O termo traduzido erradamente pela Reuters para "dessacralização" não se aplica pois um campo de concentrção não é um local "sagrado", muito pelo contrário. O termo correto é "profanação", mas aqui é simplesmente vandalismo por se tratar de pichação do lado de fora do muro.

 


Dentro da incapacidade da mídia de relacionar fatos, no dia 16 de fevereiro
Mauthausen foi palco de outro incidente. Um grupo de skinheads resolveu fazer uma festa lá dentro, com rock nazista, se  fotografaram e divulgaram fotos com uniformes e fazendo saudações nazistas na frente das câmaras de gás. Pelo menos estes são honestos o suficiente para quererem continuar matando os judeus e não mentem dizendo que isso não ocorreu. Na foto abaixo os sobreviventes libertados em maio de 1945 tentam derrubar a águia do portão.

Mais de 200.000 pessoas passaram por Mauthausen durante a WW2. O campo além das matanças era um local de trabalho escravo e um dos campos onde os médicos nazistas faziam experiência horrorosas usando judeus, e também ciganos como cobaias humanas.


"A pedreira de Mauthausen foi o local da infame "Escada da Morte", onde prisioneiros eram obrigados a subir os 186 degraus da pedreira carregando blocos de pedra de 50 kgs em fila; como resultado disso, alguns prisioneiros exaustos caíam por cima dos outros, derrubando diversos homens na fila escada abaixo, num efeito dominó, para a morte ou graves ferimentos.


Esta brutalidade proposital seguia os métodos dos SS, que forçavam prisioneiros a subirem correndo os degraus da pedreira carregando pedras, após horas de trabalho pesado, sem comida nem água suficientes, e os que caíssem eram executados; os poucos sobreviventes participavam então do chamado Muro do Páraquedas, onde alinhados na crista da pedreira à beira do precipício, tinham a escolha de morrerem fuzilados perfilados na fila ou jogarem o companheiro ao lado pela borda do penhasco."

Mauthausen foi o principal local para o extermínio dos Testemunhas de Jeová, os "triângulos roxos" que segundo suas práticas religiosas, não aceitam a autoridade do Estado, apenas a de Deus e se recusaram a participar do nazismo como um todo, fazer saudações, usar emblemas, pertencer a Juventude Hitlerista etc, sendo definidos então como "inimigos do Estado", tendo mesmo destino dos judeus e ciganos. Mas havia uma diferença como citada pelo sobrevivente e escritor Ben Abraham no Brasil: "A diferença entre as Testemunhas e todos os outros prisioneiros é que, se renunciassem à sua fé e se comprometessem a denunciar os outros que praticavam a mesma crença, seriam soltas na hora. Mas preferiam permanecer presas a renunciar à fé."

Se você participa de eventos seja do Dia em Memória das Vítimas (27/jan ONU) ou do Yom Hashoa, nunca viu Testemunhas de Jeová nos eventos. Por várias vezes seus representantes foram convidados mas a resposta no século 21 continua sendo a mesma de 1938: não participam de nenhum solenidade cívica, onde quer que seja. Infelizmente não compreendem que em ambas datas (exceto quando realizadas em Câmaras de Vereadores ou Assembléias Legislativas) não há cerimônias cívicas e simplesmente se dissociam dos que compartilharam o destino com seus avós. Mas não esquecem o Holocausto e seu destino. Eles tem amplo material, inclusive em vídeo de sua história no conflito e promovem exposições muito bem feitas em todo o mundo onde... Os judeus são meio que irrelevantes no contexto da matança...

José Roitberg - jornalista


Plantão o Globo | Publicada em 05/03/2010 às 18h47m
Reuters/Brasil Online

VIENA (Reuters) - Um antigo campo de concentração na Áustria foi vandalizado com pichações antissemitas e antiturcas supostamente por ativistas de ultradireita, disseram autoridades nesta sexta-feira.
O incidente ocorreu durante a noite no muro externo do campo de Mauthausen, perto de Linz, e nenhum suspeito foi achado, disse à agência de notícias APA o diretor da polícia antiterror local, Michael Tischlinger. 

"Tal dessacralização não é uma travessura, os culpados haviam escolhido um alvo", disse Willi Mernyi, diretor do Comitê Mauthausen, que participa da preservação do local, onde cerca de 100 mil pessoas morreram durante o domínio nazista na Áustria (1938-45). 

"Há um ativo movimento de extrema direita na Alta Áustria que não se intimida nem mesmo em vandalizar um antigo campo de concentração", afirmou ele em nota.
Os partidos de extrema direita obtiveram quase um terço dos votos na eleição nacional de 2008, refletindo a xenofobia existente neste país alpino. 

(Reportagem de Sylvia Westall)

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