sábado, janeiro 9

Apocalipse 09-01, 2010 - Judeus Não estavam por trás da Revolução Russa

O argumento que de os judeus estavam por trás da Revolução Russa foi usado pelos nazistas e é usado até hoje pelos neo-nazistas e antissemitas de base cristã mais fundamental. Curiosamente, a esquerda radical não elogia os judeus por isso, muito pelo contrário, os acuso de serem contra revolucionários.

Karl Marx não era judeu pelas definições da época. Sua família se converteu ao catolicismo nos Estados Germânicos quando ele tinha 6 anos de idade. Não foi criado como judeu e passou a odiar judeus como amplamente escrito em vários de seus livros inclusive no destruído pela União Soviética - Mundo Sem Judeus (eu tenho um..). Para os nazis, Marx era um judeu da primeira metade do século 19. Para os judeus não era, para os comunistas, não era e para os comunistas judeus, era...

Mas tem um boi na linha neste caso. Quando você lê "Revolução Russa" o que você imagina? A Rússia se desengajando da Primeira Guerra Mundial em 1917 e os comunistas, bolsheviques, assumindo o poder numa revolução sangrenta depondo o czar Nicolau? Nananinanão... Nada disso. Em 1917, com o impasse na frente oriental contra alemães e o Império Austro-Hungaro, os russos tentaram fazer um acordo com o kaiser alemão. A PRIMEIRA REVOLUÇÂO RUSSA, uma revolução social-democrata depôs o governo imperial em março de 1917. Aproveitando a confusão instalada na Rússia, OS ALEMÃES mandam para lá o Lenin e aí sim com o agitador comunista enviado pelos alemães, tem início um conflito sangrento entre democratas (exército branco) e bolsheviques (exército vermelho). Sabemos quem ganhou e esta vitória foi apenas em outubro de 1917. As mortes nestas duas revoluções seguidas foram maiores que as da luta dos russos na Guerra Mundial da qual sairam.

Mas estou pesquisando fundo para um livro, que não vem ao caso no momento e nunca se sabe o que vai ser encontrado. Anexei a cópia do artigo original em inglês o qual vou resumir e não transcrever. Foi publicado no jornal americano The Pittsburg Press em 4 de dezembro de 1938 na página 29.

Um ou dois dias antes, um padre evangelista de rádio de Detroit (lembrem-se do Henry Ford publicando "O Judeu Internacional" e os "Protocolos" na mesma cidade) Charles E. Coughim proferiu em seu programa um discurso especificamente nazi ouvido em boa parte dos EUA. Logo no dia seguinte havia protestos de alguns rabinos importantes já publicados em jornais. Colins acusou os judeus, entre outras coisas, de terem tomado a frente da "Revolução Russa", e dos banqueiros judeus europeus e ocidentais a terem financiado e mantido os comunistas em seus primeiros anos.

Por coincidência, estava fugido nos EUA e fazendo uma turnê de palestras, o Aleksandr Kérensky, não só um dos líderes da primeira revolução russa, a democrática como foi primeiro ministro até ser derrubado em outubro de 1917 e fugiu do país. A agência United Press teve a iniciativa incrível de encontrar Kerensky e questioná-lo sobre as declarações do padre. O artigo deve ter sido publicado por todos as mídias assinantes da UP.

Kerensky disse que as declarações do padre eram infantis e de quem não tinha idéia do que ocorreu na Rússia. Ele tinha, foi um dos líderes...

"O estabelecimento de um governo democrático na Rússia era um desejo antigo de todos os russos, inclusive dos judeus. Eu sei porque eu estava na revolução", declarou Kerensky. E segue: "A única maneira que tínhamos de proteger o país era derrubar Rasputin, que estava negociando separadamente um acordo de paz com a Alemanha. O advento do bolshevismo foi um movimento astuto, mas não foi patrocinado por banqueiros judeus." Disse ainda que os diplomatas alemães temiam uma Rússia "acordada" fosse um inimigo mais forte por trás das tropas alemãs e facilitaram a viagem de Lenin para a Rússia para IMPEDIR A CONSOLIDAÇÃO DA NOVA DEMOCRACIA NA RÚSSIA.

"Eles (os alemães) ajudaram Lenin e seu grupo com dinheiro. É natural encontra judeus em todos os partidos (políticos), mas eu sei, seguramente que a enorme maiorias dos judeus na Rússia estava conosco no lado democrático e liberal e não com Lenin e os bolshevistas dele."

Kerensky ainda negou as acusações do padre Coughim de que os judeus dominaram o primeiro governo revolucionário: "Não havia um judeu encarregado no governo revolucionário" e arrematou: "Qualquer lenda destas é absolutamente estúpida."

Bem meus amigos. É o depoimento jornalístico de quem estava lá, de quem derrubou a monarquia e logo em seguida foi derrubado pelos comunistas, portanto o sujeito sabia o que estava falando. Então, veja o que recebemos escrito por aí, o que há nos blogs e sites tanto nazis, quanto antissemitas quanto de esquerda radical. É pura propaganda contra os judeus. Mas este é outro caso em que a verdade, e há verdade aqui, não importa a ninguém. O máximo que podemos fazer é resgatar uma matéria destas e divulgar. Na realidade isso é revisão histórica correta, baseada em documento legítimo.

José Roitberg - jornalista

Jews had nothing to to with Russia Revolution, neither bolshevism in 1917


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