Neste regresso ao início do séc. XIX, Michael Haneke surpreende no realismo de ‘O Laço Branco’, filme a preto e branco que relata com credibilidade exemplar, não só a época retratada, como as pessoas – e respectivas formas de pensar, sentir e agir – que a povoam.
Nas vésperas da I Guerra Mundial, o olhar austero de Haneke centra-se numa pacata aldeia do norte da Alemanha que se vê agitada nos mistérios de uma série de crimes cruéis, sem suspeitos evidentes.
Numa trama inquietante e perturbadora, reinam as crianças, contidas, controladas e monotorizadas por um bando de adultos que gravita à volta do barão, o grande latifundiário que controla a pequena povoação.
Escondidos entre quatro paredes são os comportamentos perversos adultos, enquanto as crianças servem de exemplo da prática do bem. E até usam laços brancos, em sinal de pureza, “para não esquecerem a inocência” da idade...
Após ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, ‘O Laço Branco’ conquistou ainda, recentemente, os troféus para Melhor Filme, Realizador e Argumento nos European Film Awards.
O subtítulo do filme diz que esta é “uma história de crianças”...que revela muito sobre os adultos e a sua capacidade (e falta dela) de lidar com elas... E estas crianças, em particular, serão os adultos do nazismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários ofensivos de qualquer espécie, discurso de ódio e propaganda serão removidos. Hatred speach and propaganda comentarys will be removed. Para atrapalhar os spammers vc terá que digitar a palavra de verificação.