sexta-feira, janeiro 29

Cruzada contra a intolerância

Partiu de Lula a ideia de trazer para o Recife ato em comemoração ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

A presença de Lula no evento realizado ontem no Recife em memória dos judeus vítimas do holocausto revelou uma relação de comprometimento do presidente com o povo massacrado por Aldolf Hitler na Segunda Guerra. Tanto que, no seu discurso, o presidente da Confederação Israelita do Brasil, Claudio Lottemberg, ressaltou os cálculos que apontam o comparecimento do presidente em 22 eventos promovidos pela comunidade judaica no país.

Presidente acende vela em memória dos mortos nos campos de concentração. Foto: Cecília Sá Pereira/DP/D.A Press
Segundo ele, isso dá uma média de um encontro a cada quatro meses, "ao longo de sete anos e algumas semanas de mandato". De seu lado, o presidente destacou que cerimônias como a de ontem, realizada na sinagoga Kahal Zur Israel, a primeira das Américas, serve de alerta para que a intolerância étnica e religiosa não produza novas mortes como as provocadas pelo nazismo.

Falando para um público composto por judeus, inclusive sobreviventes de campos de concentração, ministros e lideranças políticas e religiosas, Lottemberg lembrou que partiu de Lula a sugestão de trazer para o Recife o atoem comemoração do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. "O seu papel (de Lula), diante do reconhecimento internacional que conquistou, é fundamental para o incentivo ao diálogo e ao fim da intolerância". Ele afirmou, inclusive, que os judeus brasileiros confiam nos esforços do presidente em buscar um acordo de paz entre Israel e o povo palestino. E salientou a importância do Brasil e de Israel no socorro às vítimas do terremoto do Haiti.

Lula, que visitará Israel, Jordânia e Palestina em março garantiu que essa é a mensagem que quer deixar no Oriente. "Defenderemos o diálogo. Devemos trabalhar para que israelenses e palestinos possam viver em paz nas suas casas. A Terra Santa não é só importante para os que vivem lá, mas para toda a humanidade". Lula ressaltou que quando recebeu o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em novembro, fez questão de dizer-lhe que o holocausto é um episódio que não pode ser esquecido ou ignorado. "Disse que 6 milhões de judeus foram mortos e que isso ocorreu não em combate, mas que eles foram exterminados. Disse, ainda, que ninguém tinha o direito de não reconhecer o extermínio", observou. Ahmadinejad nega o holocausto.

Por sua vez, o governador Eduardo Campos (PSB) salientou, também em discurso, a importância dos judeus para a formação do Recife, não só no período do Brasil-Colônia como nos dias atuais. Ele agradeceu a Lula por ter sugerido trazer para Pernambuco um evento que nas quatro primeiras edições ocorreram no Rio de Janeiro e em São Paulo. O prefeito da capital, João da Costa (PT), destacou que "os judeus tiveram contribuição decisiva na formação da cidade".

Os discursos foram proferidos sob toldo armado em frente à sinagoga, na Rua do Bom Jesus. Antes, o presidente e sua comitiva participaram de um ato religioso realizado no interior do templo para 140 convidados. Na cerimônia, os judeus leram salmos do Torá e rezaram em memória dos mortos nos campos de concentração. Seis velas, uma para cada 1 milhão de vítimas, foram acesas, numa demonstração de que ahomenagem aos que se foram jamais deve deixar de ser feita. Uma delas foi acendida pelo escritor Ben Abraham, um dos sobreviventes do Holocausto presentes na cerimônia.

Frases

"O seu papel (de Lula), diante do reconhecimento internacional que conquistou, é fundamental para o incentivo ao diálogo e ao fim da intolerância"
Claudio Lottemberg - presidente da Confederação Israelita do Brasil

"Defenderemos o diálogo. Devemos trabalhar para que israelenses e palestinos possam viver em paz nas suas casas"
Presidente Lula

"A Terra Santa não é só importante para os que vivem lá, mas para toda a humanidade"
Presidente Lula


http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/01/28/politica4_0.asp

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