sábado, janeiro 23

Notícias da EFE e France Press sobre o caso argentino são DIFERENTES

Tribunal argentino nega que insultos antissemitas sejam ódio racial

BUENOS AIRES — Expressões como "judeu filho da puta" ou "Hitler deveria ter matado todos" não podem ser caracterizadas como ódio racial: são apenas "uma expressão de descontentamento", segundo a sentença de um tribunal argentino divulgada nesta quarta-feira.

A Sala I da Câmara Federal da capital argentina chegou à conclusão de que este tipo de insulto não correspondem a perseguição ou ódio racial, e sim a "ameaças". A decisão encerrou o caso de um homem de origem judaica, que afirma ter sido xingado com estas expressões ao discutir com outro homem por questões comerciais.

"Você é um judeu filho da puta, vou te matar. Você é um traidor igual a toda a sua família e igual a todos os judeus. Hitler deveria ter matado todos vocês. E não me importo, no máximo saio em seis meses por emoção violenta", teria dito o agressor, segundo o texto da denúncia, citada pela imprensa.

"O conteúdo das frases proferidas, por mais reprovável que seja, representou uma maneira certamente infeliz de manifestar o descontentamento oriundo de relações comerciais, e pode ser definido, na verdade, como uma eventual ameaça", determinou a sentença.

Julio Schlosser, coordenador da comunidade judaica loca, disse que a sentença foi "mais do que uma surpresa, e causa preocupação porque não faz nada bem à convivência pacífica", destacando que as expressões empregadas pelo homem "possuem uma carga de antissemitismo".

A comunidade judaica da Argentina é a mais numerosa da América Latina, com cerca de 300.000 pessoas.

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